terça-feira, 21 de março de 2017
CAPÍTULO QUATORZE "A PROFECIA SE TORNA VERDADE"
Em nossa viagem através da literatura pós-guerras judaicas encontramos uma crença generalizada,
conhecida como "Bereshit Rabbai", de que o poder da profecia retornaria a Israel no ano de 1210, e que
logo depois o Messias surgiria de seu esconderijo na Grande Sé de Roma. E isso, para nossa grande
surpresa, é o que parece ter acontecido.
Em 1244, apenas trinta e quatro anos após a data marcada para o poder da profecia estar de volta a
Israel, uma criança nasceu de uma família de pequenos aristocratas no leste da França: seu nome era
Jacques (Tiago) de Molay. O jovem cavaleiro tinha a clara consciência de uma missão, e juntou-se aos
cavaleiros Templários na idade mais tenra permitida - vinte e um anos. Ele se deu bem por ali, e
desenvolveu uma reputação para a organização sustentada na disciplina rigorosa, chegando a Mestre do
Templo na Inglaterra antes de ser elevado a Grande Marechal, com a responsabilidade da liderança
militar da Ordem. Quando Tibauld Gaudin, o Grão-Mestre dos Templários, morreu em 1292, poucas pessoas
se surpreenderam quando Molay foi eleito para esse alto posto.
Nessa época os Templários já haviam perdido o controle da Terra Santa para os mamelucos
muçulmanos que haviam tomado Acre no ano anterior, portanto, levando o Reino de Jerusalém mais ou
um menos a seu fim. No entanto, Molay ainda era um homem imensamente poderoso, controlando um
grande número de propriedades através de toda a Europa, assim como um excelente exército, uma
substanciosa armada naval e um sindicato internacional de bancos e casas de comércio. De seu humilde
início cento e setenta e quatro anos antes, quando Hugues de Payen e seu pequeno bando de cavaleiros
começaram a cavar sob as ruínas do Templo, a Ordem havia se tornado sem dúvida a mais poderosa força
da Cristandade, rivalizando-se com, ou mesmo superando, o próprio Vaticano. Temos fortes suspeitas de
que os primeiros Templários conseguiram encontrar o ouro, a prata e os outros tesouros escondidos pelos
judeus quando da aproximação dos romanos na guerra de 66-70, já que a velocidade do desenvolvimento
de sua riqueza e influência parece grande demais para ser o resultado de um simples crescimento
orgânico. Parece razoável que, caso eles tenham encontrado tais tesouros, não tenham contado isso a
ninguém e que, portanto, não haja registros históricos do fato.
Tão logo Molay subiu ao poder ele reimpôs a necessidade da completa observância de todas as
regras e a disciplina absoluta em toda a Ordem. Sendo ele mesmo um analfabeto completo, proibiu que os
outros cavaleiros perdessem tempo com leituras, deixando essa tarefa para os clérigos da Ordem.
Os Templários se reportavam diretamente ao papa, mas eram uma Ordem de origem francesa com a
maioria de suas ligações naquele país. Nesse tempo, a França tinha um rei particularmente vaidoso e
ambicioso em Filipe IV; conhecido como Filipe, o Belo, que procurava manipular o papa para alcançar
seus próprios fins. Mas Bonifácio VIII não era um homem que pudesse ser manobrado com facilidade. Os
dois entraram em conflito quando o papa recusou dar permissão a Filipe para cobrar imposto da Igreja de
França, e em 1302 Bonifácio declarou que "o espiritual vale mais que o temporal", e que "opor-se ao papa
é opor-se ao próprio Deus". Filipe anunciou ao mundo que Bonifácio não estava preparado para sentar-se
sobre "o Trono de Pedro", acusando o Pontífice de todos os crimes imagináveis, inclusive os de
blasfêmia, heresia, assassinato e até sodomia. Seu desejo de prejudicar o papa não conhecia fronteiras e
ele foi aos extremos da credulidade medieval, quando deu a público a acusação de que Bonifácio tinha
tido uma relação sexual secreta com um demônio que vivia em seu anel papal. Não foi surpresa que o
papa se irritasse e respondesse pela imposição do mais alto grau de excomunhão pessoal sobre Filipe, em
vez de sobre seu reino. No entanto, o rei conseguiu ganhar apoios substanciais através da França e
Bonifácio respondeu com uma ameaça de proclamar o país como em estado de "interdição", que mesmo
não sendo tão terrível quanto a excomunhão nacional, era um estado de coisas bastante desagradável.
Enquanto uma tal "interdição" estivesse em curso, o povo de França não seria batizado, não
receberia a comunhão, a absolvição nem seria enterrado com todos os ritos cristãos.
Filipe sabia que tal sanção o derrubaria do trono, e enviou seus bandoleiros para "fazer ao papa uma
oferta que ele não pudesse recusar", A 8 de setembro de 1303, Guilherme de Norgaret e seu grupo
entraram no Palácio de Agnani, na Itália, prendendo o idoso papa, abusando dele e ameaçando-o com
grandes danos. Os homens de Filipe não foram capazes de escapar levando o papa, e sabiam que matá-lo
seria fatal para suas próprias existências, portanto, partiram proferindo terríveis ameaças. Bonifácio nunca
se recuperou desses acontecimentos e morreu cinco semanas mais tarde, alguns dizem que pelas mãos de
Filipe por causa das conseqüências do ataque.
O novo papa, Benedito XI, começou seu papado usando um tom amigável para com Filipe, mas
assim que o rei de França começou a ampliar as suas exigências, o relacionamento rapidamente azedou, a
ponto do papa ter acusado Filipe publicamente pelo ataque a Bonifácio em Agnani. E breve Benedito
morria envenenado pelas mãos de Filipe, o Belo. O rei efetivamente escolheu seu substituto - um certo
Bernardo de Goth, arcebispo de Bordeaux. Ele era um inimigo jurado do rei, mas profundamente
controlável, porque seu desejo pelo Trono de Pedro era muito maior que seu desagrado com Filipe. E
subitamente, no ano de 1305, o rei de França tinha controle sobre o Vigário de Cristo e, portanto, sobre
toda a Cristandade Ocidental. Bastante insolvente, Filipe imediatamente impôs uma taxa de dez por cento
sobre os ganhos brutos do clero francês. Quatro anos mais tarde o papa marionete efetivamente transferiu
a sede do poder papal de Roma para Avignon, uma situação que durou pelos próximos três quartos de
século.
Com a escolha de um papa mais controlável na figura de Clemente V, Filipe, o Belo, tinha agora o
poder que queria, só que precisava de muito dinheiro. Guilherme de Norgaret, que ainda era bandoleiro
do rei, era um sujeito muito esperto e perpetrou um ato de grande roubo em beneficio do rei, tão bem
urdido quanto perverso. Depois de muito planejamento extremamente cuidadoso e especializado, as
tropas do rei se moveram em pequenos grupos através do país na manhã de 22 de julho de 1306,
prendendo todos os judeus da França. Logo após os desafortunados judeus foram mandados para o exílio
- naturalmente sem suas propriedades, que foram imediatamente transferidas para a Coroa.
Não há espanto, portanto, em saber que esse cobiçoso rei a seguir tenha voltado sua atenção para o
Mestre Templário, Jacques de Molay, e toda a riqueza do Templo de Paris, suas propriedades e interesses
de negócios através do país. Não obstante, nem mesmo Filipe podia esperar dar-se bem com seu esquema
de pirataria declarada contra uma Ordem de tal importância. Os Cavaleiros Templários não respondiam a
ninguém a não ser o papa, e estavam acima das leis de todos os países. O rei, no entanto, era um homem
de muitos expedientes quando o assunto era aumentar sua riqueza e poder, portanto, se pôs a criar as
circunstâncias necessárias para que seu plano se realizasse sem interferências.
A crença de que os Templários praticavam rituais estranhos já era uma suspeita desde os primeiros
tempos da Ordem, mas como a mais poderosa e respeitada força da Cristandade havia ficado sempre
imunes a toda sorte de especulações sérias. Desafortunadamente o próprio segredo de seus procedimentos
mostrou ser uma excelente razão para que acusações falsas fossem encaradas como dignas de
credibilidade. Um plano para destruir os Templários e apossar-se de suas riquezas foi cuidadosamente
elaborado por Guilherme de Norgaret.
Ele deve ter tido pelo menos um espião plantado dentro da Ordem Templária, relatando a natureza
dos rituais secretos dos Templários. Ainda assim, apenas essa informação não seria sensacional o bastante
para derrubar a Ordem mais respeitada do mundo, permitindo que Filipe se apossasse de sua riqueza.
Portanto, para compensar a ausência de informações, Norgaret simplesmente produziu a "descoberta" de
novas informações. Testemunhas falsas vazaram a história de atividades viciosas, e no devido tempo o rei
Filipe se sentiu "obrigado" a informar o papa sobre essa situação tão séria.
O rei sabia que a rivalidade entre as duas mais importantes Ordens da Cavalaria, os Templários e os
Hospitalários, era profunda e muito ampla, daí ter sugerido ao papa Clemente que escrevesse ao GrãoMestre
de ambas, convidando-os para uma reunião em que discutiriam um plano para apoiar os reis da
Armênia e de Chipre. Não era segredo para ninguém que o papa tinha idéias de amalgamar os Cavaleiros
do Templo de Salomão e os Cavaleiros do Hospital de São João de Jerusalém em uma única Ordem,
chamada de Cavaleiros de Jerusalém, e Molay certamente acreditou que essa fosse a verdadeira pauta da
reunião. Tal amálgama, em sua opinião, estava fora de questão, e ele deve ter sentido que dado o poder e
a riqueza dos Templários poderia facilmente impedir um casamento tão indesejado. Por outro lado, como
aparentava, o papa provavelmente forçaria a realização dessa junção: ele já havia declarado sua
preferência pelos Hospitalários para ocupar o papel principal. Enquanto isso, o rei Filipe não conseguia
convencer ninguém de que seu plano para tornar-se o líder da Ordem conjunta era a melhor solução.
Guilherme de Villaret, o Grão-Mestre dos Hospitalários, foi incapaz de comparecer ao encontro por
estar profundamente ocupado com um ataque dos Sarracenos em Rodes. Molay, que estava em Limassol,
Chipre, ao receber a ordem papal para viajar até a França para um encontro com o papa, formou o grupo
de sessenta cavaleiros, colocou em sua bagagem 50.000 florins de ouro e velejou para Marselha.
Molay tinha todo o direito de esperar uma recepção magnífica por parte do rei Filipe, o Belo, já que
os Templários lhe haviam prestado muitos e excelentes serviços. Foram eles que emprestaram ao rei o
dinheiro que ele precisou para o dote de sua filha, a princesa Isabela, e o Templo de Paris sempre
concedeu refugio ao Rei em todas as ocasiões em que alguma revolta pública saiu de controle.
Pessoalmente, o Grão-Mestre deve ter sentido que o rei era um verdadeiro amigo, por ter pedido a
Molay que lhe desse a honra de ser padrinho de seu filho, Roberto.
Suspeitando de que o papa traria à baila o assunto da amalgama com os Hospitalários, Molay havia
tomado a precaução de trazer consigo o rascunho de um documento que defendia a continuidade da
independência de sua Ordem. Intitulado De Unione Templi et Hospitalis Ordinum ad Clementem Papam
Jacobi de Molayo Relentio, esse documento foi apresentado ao papa em Poitiers. Tão logo Molay chegou
a Paris foi recebido com honras pelo rei, mas o Grão-Mestre começou a ficar profundamente preocupado
com os rumores que estavam se espalhando sobre os "mal feitos" dos Templários.
O projeto de Guilherme de Norgaret era tomar toda a Ordem dos Templários em custódia
simultaneamente. Considerando que havia somente em França quinze mil Templários nessa época, a
tarefa era considerável - mas de Norgaret tinha excelente experiência e previa fazer prisões simultâneas
em massa, quando havia prendido toda a comunidade judaica. A data da prisão dos Templários foi
marcada para sexta-feira 13 de outubro de 1307. Ordens seladas foram enviadas a todos os senescais reais
três semanas antes da data, com instruções precisas para não serem abertas antes de quinta-feira 12 de
outubro. As ordens se iniciavam com uma frase poderosamente escrita, ainda que muito longa, destinada
a superar quaisquer relutâncias que os senescais pudessem ter em executar o arresto de cavaleiros tão
famosos:
Uma coisa difícil, uma coisa lamentável, uma coisa horrível de pensar e terrível de ouvir, um
crime detestável, um malfeito execrável, um trabalho abominável, uma desgraça detestável, uma
coisa completamente inumana, estranha a toda a humanidade, graças aos relatórios de várias
pessoas dignas de fé, alcançara, nossos ouvidos, não sem nos derrubar ao chão com grande espanto
e causando-nos violentos tremores de horror e, ao considerarmos sua gravidade uma dor imensa
nasce dentro de nós, ainda mais cruel porque não existe nenhuma dúvida de que a enormidade do
crime supera em muito o fato de ser uma ofensa à divina majestade, uma vergonha para a
humanidade, um exemplo pernicioso do Mal e um escândalo universal.
As acusações principais foram feitas a partir do testemunho de um ex Templário, Squimn de
Flexian, e eram:
Todos os Templários ao serem admitidos juram nunca deixar a Ordem e ampliar seus interesse por
todos os meios possíveis, certos ou errados.
Que os líderes da Ordem estão em aliança secreta com os Sarracenos e que possuem mais
infidelidade Maometana que fé cristã, sendo cada noviço ordenado a cuspir e pisar sobre a Cruz.
Os líderes da Ordem são hereges, cruéis e sacrílegos que matam e aprisionam qualquer noviço
que, descobrindo a iniqüidade da ordem, tenta deixá-la. E além do mais ainda ensinam a mulheres que
ficam grávidas deles mesmos a procurar aborto e secretamente matar seus filhos recém-nascidos.
Que estão infectados com os erros dos Fratecelli: eles desprezam o papa e a autoridade da Igreja e
fazem pouco dos Sacramentos, especialmente os da penitência e confissão. Que são viciados nos mais
infames excessos do deboche carnal. Se alguém expressa sua repugnância é punido com o cativeiro
perpétuo.
Que as casas templárias são receptáculos de todo crime e abominação que possam ser cometidos.
Que a Ordem trabalha para colocar a Terra Santa nas mãos dos Sarracenos.
Que o Mestre é instalado em segredo e que poucos dos irmãos mais jovens estão presentes e que
ele repudia a sua fé cristã fazendo o contrário do que é direito.
Que muitos estatutos da Ordem são ilegais, profanos e contrários à Cristandade. Sendo seus
membros proibidos, sob as dores do confinamento perpétuo, a revelá-las a quem quer que seja.
Que nenhum vício nem crime cometido pela honra ou beneficio da Ordem é considerado
como pecado.
A prisão de quinze mil Templários, incluindo Jacques de Molay, foi completada na manhã do dia
13. A principal falsa testemunha foi Plexian que havia sido expulso da Ordem com base em heresia e
outras ofensas. Junto com um florentino chamado Noffo Dei, apresentou evidências contra a Ordem em
troca de um perdão e de sua soltura da prisão. A Inquisição teve ordens para extrair confissões e que
nenhuma tortura devia ser deixada de lado para avançar rumo a esse objetivo. Esses torturadores treinados
geralmente eram peritos em infligir o máximo de dor sem verdadeiramente matar suas vítimas: apenas
trinta e seis Templários morreram na área de Paris durante os primeiros estágios dos interrogatórios. Com
o enorme influxo de prisioneiros a Inquisição teve que fazer arranjos especiais, já que não havia nem
masmorras nem instrumentos de tortura suficientes para que pudessem trabalhar. Mas eram homens muito
imaginativos e rapidamente tiveram novas e inventivas idéias para extrair confissões.
Um bom exemplo disso é o "forno de pés", que requeria uma simples plataforma onde se amarrava
o prisioneiro, um pouco de óleo para seus pés e um braseiro. Esse instrumento fácil de fazer provou ser
extremamente efetivo no convencimento de Templários a dizer a "verdade" à Inquisição. Um homem foi
carregado até a Corte para confessar, carregando uma caixa onde estavam os ossos escurecidos que
haviam caído de seus pés enquanto tostavam no braseiro.
A despeito dos melhores esforços da Inquisição as confissões estavam sendo produzidas muito
lentamente, ainda que fossem o bastante para horrorizar o público quando sabiam que os antes
proeminentes Templários admitiam haver negado a Deus, a Cristo, e à Virgem Maria, e que durante sua
iniciação haviam dado o oscu/um infame, ou seja, "o beijo da vergonha", que consistia em beijar o
iniciador na boca, umbigo, pênis e nádegas.
Com o benefício do conhecimento corrente é fácil desqualificar essas acusações tão sem sentido
como sendo o produto da imaginação dos acusadores, mas algumas das confissões que emergiram têm
que ser levadas muito mais a sério.
Muitos países foram lentos na perseguição aos Templários, apesar das ordens papais de que todos
os membros da Ordem deveriam ser presos e interrogados: Portugal, Irlanda, Escócia e Inglaterra estavam
entre aqueles que não se sentiam satisfeitos em levar avante estas ordens. Na Inglaterra, o rei Eduardo II
eventualmente concordou em obedecer ao comando papal, mas seus torturadores não tiveram muito
sucesso e a Inquisição de Paris se ofereceu para ajudá-los, colocando no ofício homens que tinham
talentos mais desenvolvidos e um gosto especial por seu trabalho. Em junho de 1311, a Inquisição Inglesa
deu de encontro com interessantes informações por parte de um Templário chamado Estevão de
Strapelbrugge, que admitiu ter sido informado, em sua iniciação, que Jesus fora um homem e não um
deus.
Outro Templário de nome João de Stokes afirmou que Jacques de Molay o instruíra de que devia
saber que Jesus não era mais que um homem, e que ele deveria acreditar no "grande e onipotente Deus,
que foi o arquiteto do Céu e da Terra, e não na crucificação". Isso surpreendeu um grande número de
peritos, porque a declaração não combina com nenhuma crença teológica da época, inclusive a da seita
herética dos Cátaros, que provavelmente teriam tido contato com a Ordem. Claro está que isso não nos
surpreendeu, pois as palavras são quase que exatamente o que esperaríamos ouvir de um homem que
tivesse sido iniciado em uma Ordem Nazoreana tardia, baseada nas mensagens de Tiago da Igreja de
Jerusalém tais como encontradas nos manuscritos do Templo. A visão expressa pelo Grão-Mestre vem
dos verdadeiros ensinamentos de Jesus e predata o culto Paulino da "crucificação" que havia sido adotado
pelos romanos. Essas visões atribuídas ao Grão-Mestre parecem soar verdadeiras: elas não apenas
rejeitam a Jesus - elas simplesmente recordam às pessoas que só existe um Deus, um Ser Supremo. Parece
certo que tais pensamentos tenham vindo diretamente da Igreja de Tiago, onde os ensinamentos de Jesus
eram reverenciados, mas na qual a crucificação era considerada um poderoso símbolo de "fidelidade até a
morte", aos moldes de Hiram Abiff: nada mais. A cruz para os Templários era a marca do martírio, em
vez da fonte de magia que o culto Paulino da "crucificação" acreditava que fosse.
De toda a informação que acumulamos em nossas pesquisas, sentimos fortemente que enquanto os
Cavaleiros de postos mais altos podem ter tido pontos de vista radicalmente atípicos sobre a divindade de
Jesus Cristo, os Templários foram, durante toda a sua existência, uma fiel Ordem católica. No meio do
século XIII sua riqueza, posses, força armada e separação de Roma teriam permitido que estabelecessem
um novo tipo de Cristianismo se esse tivesse sido o seu desejo.
Estavam claramente satisfeitos, preservando seu conhecimento especial para si próprios e
conduzindo suas próprias cerimônias secretas que, como os Maçons modernos, consideravam ser complementares
à sua fé cristã.
Os Cavaleiros Templários foram traídos por uma Igreja e um papa a quem haviam servido bem.
A Crucificação
Que Jacques de Molay foi horrivelmente torturado não há dúvida, porque esse poderoso guerreiro
quebrou e confessou crimes que nunca cometeu, apesar de se retratar deles pouco antes de ser queimado
na fogueira sete anos mais tarde. Os meios de persuasão não foram registrados pela Inquisição, mas por
incrível que pareça encontramos evidências em um edifício Templário Escocês, que nos ajudou a
descobrir o que realmente aconteceu. Creio que podemos reconstruir o que aconteceu ao Grão-Mestre
nessas masmorras há muitos séculos, graças a uma excepcional peça de evidência. O que aconteceu na
sexta-feira, 13 de outubro, e sábado, 14 de outubro de 1307, deve ter sido alguma coisa assim:
O Grande Inquisidor de França, Guilherme Imbert, estava tomado de especial interesse na confissão
que estava por ser extraída do maior de todos os hereges: Jacques de Molay. Sendo um padre que
torturava outro padre, Imbert normalmente evitaria o derramamento de sangue - queimar, esmagar e
esticar de forma imaginativa eram de maneira geral alternativas altamente efetivas. Nesse caso, no
entanto, Imbert deve ter-se sentido ultrajado pelas atividades ''AntiCristo" desse que fora o principal
homem de Deus. Podemos imaginá-lo visitando o Templo de Paris com os oficiais de aprisionamento e
tomando posse imediata do Grão-Mestre. Ele passeia pelo magnífico edifício procurando evidências de
mal feitos para com elas confrontar o acusado, e no andar de cima encontra uma grande porta com uma
placa de cobre em seu centro, e empurrando-a para que se abra ele não vê nada a não ser a escuridão.
No Templo Interno sem janelas ele acende uma das grandes velas que ficam no primeiro pedestal e
seus olhos lentamente correm pelas estranhas imagens que podem ser percebidas na fraca e trêmula luz. É
tudo tão terrivelmente pagão, com ornamentação profundamente anticristã: pirâmides com olhos em seu
centro, um teto coberto de estrelas, esquadros e compassos. Fascinado e enervado pela sensação de
ausência de deus que o lugar lhe transmite, ele fica subitamente certo de que as histórias são todas
verdadeiras e que seu prisioneiro deve ser o mais perverso herege que já andou por sobre a Terra.
Seguindo em direção ao lado leste ele para em frente a dois grandes pilares e um grande pedestal, e
olhando para baixo vê uma simples caixa de madeira que ele abre para ver que contem um sudário branco
com mais ou menos quatro metros e meio de comprimento, um crânio e duas tíbias humanas. Esse, pensa
ele, deve ser o tal sudário que seus espiões disseram ser usado para "ressuscitar" os mortos. O Grande
Inquisidor fica horrorizado ao perceber ser verdade que Jacques de Molay tem efetivamente debochado
do sofrimento e da santidade da paixão de Jesus Cristo ao realizar cerimônias de ressurreição com
iniciados Templários. Uma linha diferente de interrogatório ocorre a Imbert exatamente nessa hora e
nesse lugar: uma particularmente apropriada à vil impudência desse padre caído.
Nessa noite, nas celas debaixo do Templo de Paris, com Molay despido de seu manto e nu embaixo
da túnica grosseira de um acusado de heresia, completa com o laço de enforcado em volta de seu peito,
Imben o informa que ele admitirá todos os seus crimes no devido tempo, portanto, porque não se poupar
de algumas dores e fazer uma confissão completa?
Mas para alivio do ultrajado Imbert, o Grão-Mestre se recusa. E Imben começa a citar os
Evangelhos:
Então Pilatos manda subjugar a Jesus, e açoitá-lo.
Os braços de Molay são amarrados no alto da parede e a túnica grosseira atirada por sobre sua
cabeça: suas costas nuas são açoitadas por dois assistentes que usam chicotes para cavalos terminados por
bolinhas de metal duplas. O torturador à sua direita, sendo mais alto e ágil que seu companheiro, machuca
também as suas pernas ao açoitar as costas, mas não a parte superior dos braços.
E os soldados tecem uma coroa de espinhos, e a colocam sobre sua cabeça.
Uma coroa de ramos espinhosos entrelaçados já foi preparada e é colocada firmemente sobre a
cabeça de Molay, tirando sangue de seu escalpo e testa.
Mas eles gritaram, dizendo: "Crucificai-o! Crucificai-o!".
E então o Grão-Mestre é afixado a uma cruz toscamente constituída; pregos de seção quadrada são
fincados através de seus punhos. A violência do impacto do prego na mão direita de Molay faz com que
seu polegar se torça na direção da palma tão violentamente que a junta se desloca e a unha de seu polegar
se enterra firmemente na carne de sua palma. A sola de seu pé direito é premida contra a face vertical da
cruz, e um prego mais longo enfiado com violência exatamente entre o segundo e o terceiro metatarsos.
Assim que a ponta do prego aparece no outro lado do pé os torturadores colocam seu pé esquerdo
sob o primeiro para que o mesmo prego possa atravessar ambos os pés. Assim o corpo de Molay fica
suspenso por apenas três pontos de dor excruciante. A perda de sangue é mínima e ele permanece
completamente consciente.
Molay sente dores indescritíveis enquanto o peso de seu corpo instantaneamente trabalha contra ele,
forçando-o a curvar-se para baixo, produzindo tensões traumáticas nos músculos de seus braços, ombros e
caixa torácica. As costelas são puxadas para cima de forma que seu peito fica em uma posição que
impede a exalação, e para fugir da asfixia o Grão-Mestre não tem alternativa a não ser firmar-se sobre as
feridas de seus pés pregados para erguer o corpo, de forma que seus pulmões possam exalar o ar e buscar
mais uma inspiração. O pânico de não ser capaz de respirar é momentaneamente substituído pela dor de
se firmar sobre carne empalada. O efeito geral desse dilema vil é a anoxia crescente (diminuição de
oxigênio) que leva a câimbras agonizantes e uma taxa metabólica dramaticamente elevada.
Entre suas perguntas Imbert segue o modelo bíblico e oferece a Molay um trapo encharcado de
vinagre para "saciar" sua terrível sede, novamente citando as escrituras:
E um deles correu a encher uma esponja de vinagre, colocando-a na ponta de um caniço e
dando-lhe de beber, dizendo: "deixemo-lo a sós: vejamos se Elias virá para descê-lo daí''.
As horas parecem semanas e a resistência de Molay começa a se quebrar. Ele pergunta a Imbert o
que deve dizer para ser baixado da cruz. Imbert mais uma vez cita a Bíblia:
Mas um dos soldados com uma lança perfura seu lado, e daí fluem sangue e água.
Imbert enfia uma faca no lado de Molay, não profundamente o bastante para causar danos à sua
vida, mas o suficiente para completar a deliberada recriação do sofrimento do "Filho de Deus".
Jacques de Molay confessa tudo ali na própria cruz, sofrendo a mesma agonia vil que fez com que
Jesus momentaneamente perdesse sua fé, 1280 anos antes. Ele é baixado da cruz.
O trauma maciço, pelo qual o corpo de Molay passa, força a produção de grandes quantidades de
ácido lático em sua corrente sangüínea, levando-o ao que é conhecido como "acidose metabólica": seus
músculos se congelam em câimbras permanentes., a pressão sangüínea sobe e seu coração bate
aceleradamente. Ele é baixado da cruz antes que a morte, com seus doces lábios, o atingisse.
Guilherme de Imbert está muito satisfeito com seu sucesso, e enxerga ainda mais uma divertida
brincadeira. Ele manda colocar Molay no próprio sudário fúnebre que este usava para debochar do
Messias. Enquanto os torturadores o colocam de barriga para cima sobre o sudário, e a parte que sobra é
levantada por sobre sua cabeça para cobrir a frente de seu corpo, Imbert não consegue resistir a uma
citação final da história da Paixão:
E quando José toma o corpo, ele o envolve em uma peça de linho limpa.
Amassando o sudário em volta do corpo desesperadamente danificado, Imbert diz ao homem quase
inconscientemente que ele deve erguer-se se sentem tão importante quanto o verdadeiro Cristo!
A Inquisição tinha ordens estritas para não matar o Grão-Mestre dos Templários, mas não tinha
nenhuma intenção de cuidar que ele recuperasse sua saúde. Molay não tinha família na região que
pudesse tratá-lo, mas Geoffroy de Charney, o Preceptor da Normandia que também estava sob
interrogatório, o fez. A família de Charney foi chamada e recebeu ordens para cuidar de ambos, que
deveriam morrer juntos sete anos mais tarde, quando se retrataram publicamente de suas confissões e
foram lentamente assados sobre carvão por sua reincidência na ''heresia''.
A Evidência Física.
Fomos capazes de reconstruir as circunstâncias do interrogatório de Molay porque uma importante
peça de evidência ainda sobrevive até os dias de hoje. O sudário em estilo qumraniano/maçônico que foi
tirado do Templo de Paris dos Templários e usado para envolver a figura danificada do Grão-Mestre
viajou com Molay para a casa de Geoffroy de Charney, onde foi lavado, dobrado e guardado dentro de
uma gaveta. Exatamente cinqüenta anos mais tarde, em 1357, essa peça de linho com quatro metros e
meio de comprimento foi tirada de seu lugar e exposta publicamente em Livey. Não estamos certos se foi
exibida ou não por ter cinqüenta anos de idade, mas temos certeza dos motivos pelos quais gerou tanto
interesse público.
O corpo fervente de Molay havia sido baixado da cruz, abandonado em um frio e úmido porão de
um calabouço, onde os fluídos mórbidos do homem ferido - suor e sangue com alto teor de ácido lático -
haviam corrido livremente em volta de seu corpo, manchando o pano onde o contato havia sido mais
firme. O trauma da crucificação fez com que o corpo de Jacques de Molay "pintasse" a imagem de seu
sofrimento em seu sudário "maçônico".
A família de Charney havia removido o sudário e pensado nas feridas, e deve ter gasto muitos
meses trazendo Molay a um estado razoavelmente próximo da saúde. O sudário foi guardado na casa da
família sem que se lhe desse mais atenção. O sobrinho de Geoffroy de Charney, também chamado de
Geoffroy, foi morto pelos ingleses em 1356 (um ano antes da exibição do sudário) na Batalha de Poitiers,
e parece bem provável que o conhecimento da verdadeira origem do sudário tenha morrido com ele.
A imagem no sudário era fenomenalmente clara. A marcas do sangue de Molay haviam sido
impressas no pano pelo ácido lático do sangue que corria livremente, reagindo com o incenso que era
usado como agente branqueador, por ser rico em carbonato de cálcio. O nariz longo, o cabelo com
comprimento abaixo dos ombros e partido ao meio, a barba longa que se abria na base e o corpo de um
metro e oitenta de altura combinam perfeitamente com a imagem conhecida do último Grão-Mestre dos
Cavaleiros Templários
As primeiras pessoas que viram o sudário pensaram reconhecer a imagem porque ela combinava
com seu conhecimento de um homem que havia sofrido um destino similar por volta de mil e trezentos
anos antes: eles pensaram que estavam olhando a face de Jesus, e essa peça de pano é hoje chamada de o
Sudário de Turim.
A imagem que o mundo cristão aprendeu a amar como a face de Deus na verdade é a face de um
homem torturado e assassinado em nome de Deus, não pelos romanos, mas sim por um rei francês
avarento com o apoio da Igreja Católica.
Muitos têm buscado as origens do Sudário de Turim: acreditamos ter encontrado a solução
exatamente porque não estávamos procurando por ela. Todas as teorias previamente apresentadas negam
algum aspecto das evidências apresentadas, mas em nossa busca por Hiram, o Sudário era apenas mais
uma peça do quebra-cabeça que estávamos completando. Em 1988, o Vaticano permitiu a realização de
testes científicos que foram feitos em três laboratórios de datação por carbono 14 separados e
independentes: esses testes foram conclusivos em mostrar que o linho do Sudário não tem datação
anterior a 1260 d.C. Se pensarmos que o Sudário já teria alguns anos de uso, as datas são rigorosamente
no alvo.
Estranhamente, as datações de Carbono 14 foram publicadas em 13 de outubro, o mesmo dia no ano
em que Molay foi preso e crucificado! Há uma chance em trezentas e sessenta e cinco de que isso tenha
sido uma coincidência, mas não pudemos deixar de pensar se não existe mais do que podemos ver. O
Vaticano sempre negou que o Sudário seja uma relíquia sagrada, porque a Igreja conhece as suas origens:
pode ser que Roma ache adequado provar esse ponto exatamente no aniversário da criação do Sudário?
Os ensinamentos de Jesus efetivamente "morreram" com ele, para serem substituído pela fórmula
helenística de mistérios criada por Paulo, o "Derramador de Mentiras", mas ainda assim os ensinamentos
"ressurrectos" foram dados ao mundo uma vez mais pela crucificação de Jacques de Molay.
Durante os mil duzentos e setenta e quatro anos que separam as duas crucificações, os verdadeiros
ensinamentos de Jesus permaneceram "mortos e enterrados" sob o Templo de Jerusalém. Mas, uma vez
lançados ao mundo, os conceitos de igualdade, responsabilidade social e poder do conhecimento humano
reemergiram para dar fim ao vácuo intelectual da muito propriamente denominada Idade das Trevas.
O poder político que o Império Romano vinha perdendo nos primeiros três séculos d.e. foi mantido
através do planejamento de Constantino que, como mostramos antes, teceu uma complexa rede de
superstições para envolver as mentes das massas e mantê-las em seu devido lugar. Sua visão do papel das
pessoas comuns era usá-Ias para produzir bens e riqueza nos tempos de paz e serem usados como
soldados nos tempos de guerra: a recompensa para suas tristes e ignorantes vidinhas era a promessa de
sua própria ressurreição pessoal e uma maravilhosa vida após a morte. A Igreja de Roma impôs a fé cega
como uma virtude e rotulou a literatura cristã que se referia ao conhecimento como sendo "gnóstica", e a
chamaram de má. "Gnóstico" vem simplesmente da palavra grega que quer dizer "conhecimento". Não é
coincidência que o periodo popularmente conhecido como Idade das Trevas corresponda ao tempo entre a
ascensão da Igreja de Roma e a crucificação de Jacques de Molay!
Felizmente, graças aos verdadeiros ensinamentos de Jesus, a Idade das Trevas que durou um quarto
de século começou a recuar perante a brilhante luz da razão.
A Mensagem Vem à Tona
Enquanto o Grão-Mestre estava sendo crucificado, muitos Templários haviam escapado da rede.
Uma grande parte da frota Templária estava no porto atlântico de La Rochelle, e eles devem ter sido
avisados ou ouvido certos rumores, porque quando o sol se ergueu na manhã de sexta-feira, 13 de
outubro, os guardas que tinham ordens de prendê-los só enxergaram água onde a frota havia estado
ancorada na noite anterior. Os navios da Ordem nunca mais foram vistos, mas a sua bandeira de batalha,
com seu crânio e tíbias cruzadas, foi.
Agora precisávamos estabelecer o que acontecera com os Templários que conseguiram escapar das
garras do rei Filipe. Através de nossas investigações descobrimos que sua presença fora detectada e dois
lugares após a fuga: Escócia e América.
Não podemos estar totalmente seguros da evidência que sobreviveu, mas várias histórias ainda
persistem sobre navios indo para a Escócia e Portugal. A frota pode ter visitado ambos os refúgios, um
após o outro, mas para nós parece mais provável que tenham se dividido tão logo deixaram o porto, com
uma parte se dirigindo à Escócia e o restante navegando para a parte nordeste do amigável Portugal para
fazer estoque de provisões.
Dali seguiram em uma viagem que sempre fora discutida, mas, por causa dos compromissos
assumidos na Terra Santa, nunca havia sido tentada. Apontaram suas proas exatamente para o oeste e
navegaram através do que hoje é chamado de paralelo 42°, em busca da terra marcada pela estrela que os
manuscritos Nazoreanos mencionavam como Mérica, à qual esses cavaleiros franceses se referiam como
''la Mérica", um nome que mais tarde tornou-se simplesmente América. Eles quase que certamente
aportaram no Cabo Cod ou em Rhode Island, na Nova Inglaterra, nas primeiras semanas de 1308,
colocando os pés no Novo Mundo quase um século e meio antes que Cristóvão Colombo nascesse.
Essa é uma declaração forte, mas já existem evidências irrefutáveis de que os Templários
alcançaram a América, nela se estabeleceram e que fizeram várias viagens entre América e Escócia. Na
pequena cidade de Westfords, Massachussets, existe a imagem de um Cavaleiro desenhada por meio de
uma série de buracos feitos em um pedaço de rocha. O agora famoso cavaleiro pode ser visto usando um
elmo e o hábito de uma ordem militar, e a espada que está no desenho já gasto foi identificada como
tendo um punho pomelado, no estilo dos cavaleiros europeus do século XIV: Mas para nós o detalhe mais
fascinante é o escudo que tem um desenho claro e simples: mostra um navio medieval de um só mastro
navegando para oeste... Em direção a uma estrela.
Em Newport, Rhode Island, existe um segundo monumento europeu - uma intrigante torre
construída no estilo das igrejas redondas dos Templários. Já foi descrita como tendo detalhes
arquitetônicos tipicamente romanescos em seus pilares e arcos.
Sua datação coloca essa torre no exato século que viu o desaparecimento da frota dos Templários.
Deveria ser um edifício de muitos usos para colonizadores, servindo como igreja, torre de vigia e
farol. Não há dúvidas de que o edifício é extremamente antigo, porque em um mapa de 1524 que registra
a descoberta italiana dessa costa, o navegador italiano Giovanni da Verrazano marca o lugar dessa torre
como sendo uma "Vila Normanda".
Essas descobertas são poderosos indicadores da presença Templária no Novo Mundo, mas sozinhas
não são conclusivas. No entanto, já sabíamos que a Capela de Rosslyn nos dá a evidência que supera todo
o debate, como já discutimos antes neste livro. Muito conhecida como um lugar onde os Templários se
congregaram após o ataque do rei Filipe e de Roma, essa construção elaborada levou quarenta anos para
ser erguida e foi completada por volta de 1480 por Oliver St. Clair, o que predata a chegada de Colombo
à América em vários anos. Colombo fez a sua primeira chegada ao Novo Mundo na manhã de 12 de outubro
de 1492, em uma ilha das Bahamas, por ele chamada de São Salvador. Sua primeira descida no
continente não aconteceu antes de 10 de agosto de 1498 quando ele aportou na América do Sul.
Ao considerar essas datas comparativas é extremamente instrutivo observar a decoração esculpida
na Capela porque ali o impossível se torna evidente. Como dito antes, os arcos e teto da Capela de
Rosslyn têm espigas de milho e pés de babosa neles esculpidos como motivos decorativos: essas são duas
plantas que os escoceses não teriam como conhecer, muito menos representar tão apuradamente. O milho
era cultivado extensamente, em todas as suas formas atuais, pelos índios da América do Norte e do Sul,
mas ainda se acredita que tenha permanecido desconhecido fora do Novo Mundo pelo menos até 1492.
De acordo com a história oficial, sementes de milho foram levados para a Europa e África pela
primeira vez por exploradores do século XVI, e eventualmente se espalharam através de todo o mundo.
Essas plantas esculpidas são uma parte absolutamente integral da construção a capela, e devem ter
sido feitas pelo menos alguns anos antes do término das obras, portanto, temos como evidência clara que
os homens que instruíram os pedreiros da Capela de Rosslyn devem ter visitado a América pelo menos
um quarto de século antes de Colombo.
À luz de evidências tão sólidas podemos aceitar o Cavaleiro de Westford e a Torre de Newport
como o que realmente são - vestígios Templários no que hoje são os Estados Unidos da América.
Antes de abandonarmos o assunto dos primeiros desembarques europeus no Novo Mundo,
gostaríamos de explicar como se tornou nossa mais firme convicção que o continente americano tomou
esse nome não do também explorador e "descobridor" Ameriggo Vespucci, mas sim da estrela do oeste
chamada Merika, que os Nazoreanos acreditavam ser a marca de uma terra de perfeição do outro lado do
oceano onde o sol se punha. Não tínhamos só a evidência da verdadeira fonte desse nome: foi muito fácil
mostrar como errada a velha explicação.
A linha histórica oficial que rotineiramente se trilha para encontrar a origem do nome do Novo
Mundo nasce inteiramente do estúpido mal-entendido de um clérigo obscuro que nunca se aventurou
mais do que alguns quilômetros do Monastério de São Deodato nos Montes Vosges, no Ducado de
Lorraine que fica na fronteira franco-alemã. Esse padre muito entusiasta tinha verdadeira paixão pela
geografia e por nomes prenhes de significado. Ele se deu o nome altamente imaginativo de
"Hylacomylus", da palavra grega para "madeira", da palavra latina para "lago" e da palavra grega para
"moinho", que eventualmente foram traduzidos para o alemão, formando o nome da família
Waldseemiller. Esse homem bastante excêntrico comandava um pequeno grupo que tinha acesso a uma
prensa, e juntava toda a informação que existia sobre o Mundo, inclusive as inspiradoras descobertas do
grande e misterioso continente do outro lado do oceano do oeste. O pequeno grupo compôs e imprimiu
um volume de 103 páginas em abril de 1507, ao qual chamaram Cosmographiae Introductio. Esse livro
cobria os princípios tradicionais da cosmografia, incluindo as divisões do planeta, distâncias entre lugares
importantes e os detalhes de ventos e climas, mas também foi a fonte de um engano que tornaria um
simples navegador amador famoso para sempre. Waldseemiller encontrou um grande número de
referências, feitas por vários marinheiros, à grande massa de terra que ficava a oeste, descrevendo-a como
América", e também encontrou um delirante descritivo das viagens de um explorador italiano de nome
Ameriggo Vespucci. Ele erroneamente juntou as duas informações sem ligação alguma e escreveu:
Agora, essas partes da terra (Europa, África, Ásia) já foram mais extensamente exploradas e
uma quarta parte foi descoberta por Ameriggo Vespucci (como descreveremos a seguir). Só porque
Europa e Ásia receberam seus nomes a partir de mulheres, nào vejo motivo porque alguém deva
objetar que se chame a essa parte de Amerige (do grego 'ge' significando 'terra de') i.e., a terra de
Ameriggo, ou América, a partir de Ameriggo, seu descobridor, um homem de grande habilidade.
Waldseemiller imprimiu seu livro e mais um mapa gigantesco com o novo continente marcado
como América", e sempre se assumiu que ele tenha sido o originador do nome por esta ser a primeira
referência impressa. As palavras do frade, aqui mostradas, foram usadas para mostrar o seu processo de
pensamento sobre de que forma o nome de Ameriggo teria sido usado, mas isso não é tudo. Leiamos
cuidadosamente o texto e veremos que ele não mostra nada mais que sua certeza do porquê o nome
América" era tão apropriado. Era um nome que, na sua opinião, poderia ter sido ainda melhor se fosse
Amerige", mas ele podia compreender porque América" seria uma palavra aceitável. Seu livro foi escrito
quinze anos depois da descoberta "oficial "do Novo Mundo feita por Colombo, e exatamente duzentos
anos depois que os Templários pela primeira vez ali aportaram. Em todo, parece tolo assumir que
ninguém tivesse dado um nome a esse continente antes que esse monge alemão se decidisse a escrever um
livro chamado Introdução à Cosmografia, ou que um não-navegador tivesse tido a audácia de tomar para
si o direito de batizar um novo quadrante do globo.
Waldseemüler tinha o nome certo, mas a explicação errada. Sua inclinação pessoal para nomes com
significado o desviou do caminho, e o poder da prensa fez com que seu erro fosse amplamente
transmitido em um curto espaço de tempo. Muito pouco tempo após essas palavras terem sido escritas, ele
entendeu seu grande engano e se retratou publicamente da afirmação de que Ameriggo Vespucci era o
descobridor do Novo Mundo - mas aí já era tarde, as pessoas já tinham uma explicação que parecia fazer
algum sentido. Era um caso clássico da história se tornando "balela".
Qualquer convenção, uma vez aceita, precisa de muita dinamite intelectual para ser removida. O
mito acidental de Ameriggo Vespucci já é folclore cultural do sistema educacional americano. Mas
aqueles que realmente pretendam entender a América e as forças que criaram os Estados Unidos de hoje
precisam seguir a extraordinária corrente do pensamento Nazoreano.
Conclusão
A queda dos Cavaleiros Templários foi o fim de uma grande Ordem, mas sua derrocada abriu
caminho para toda uma nova ordem mundial, baseada em Ma'at como fora reelaborada por Jesus. Na
reconstrução da crucificação de Jacques de Molay e seguindo as pistas da fuga dos Templários,
estávamos à beira de encontrar o elo final com a Maçonaria. O porquê dos Templários terem cedido seus
segredos para que uma nova Ordem chamada Maçonaria se formasse ainda não estava claro, mas pelo
menos sabíamos onde buscar novas respostas que preenchessem essas lacunas em nosso conhecimento.
Fazendo a revisão do que havíamos descoberto sobre os eventos que cercaram a crucificação de
Jacques de Molay, não podíamos deixar de vê-Ia como o evento central de um episódio da história que
definiu o maior divisor de águas no desenvolvimento social do Ocidente. O ataque à Ordem dos
Templários por um rei cobiçoso e sem importância provou ser o primeiro passo vital no longo processo
para liberar o mundo cristão do princípio todo-poderoso da castração intelectual, exercido pelo Vaticano,
permitindo a construção de uma civilização movida por seu desejo de conhecimento e pelo
reconhecimento dos valores individuais. Esse impulso da autocracia para a democracia como governo e
da aristocracia para a ameritocracia na estrutura social, dentro de um cenário de tolerância teológica, não
foi buscado em lugar nenhum mais conspicuamente, e em parte alcançado, nos Estados Unidos da
América.
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