terça-feira, 21 de março de 2017

CAPÍTULO NOVE - O Nascimento do Judaísmo. Moisés o legislador





Nosso trabalho agora seria o de andar para frente no tempo, passo a passo, para ver se poderíamos estabelecer uma continuidade nas cerimônias maçônicas que ligassem o Novo Império do Egito à época de Jesus. Isso ia ser difícil porque nossa única fonte de informação seria o Antigo Testamento, mas pelo menos possuíamos o ritual maçônico para nos ajudar na interpretação. Felizmente a Bíblia é inequívoca ao dizer que a nação judaica teve seu início com um homem determinado e existe pouca dúvida de que existiu um homem chamado Moisés, e de que ele esteve ligado a algum tipo de êxodo de escravos asiáticos para fora do Egito. Após a expulsão dos hicsos, semitas de todos os tipos, ai incluídos os Habiru, devem ter-se tomado bastante impopulares, e isso explicaria porque os sempre amigáveis egípcios subitamente escravizaram muitos ou todos os remanescentes em seu país durante a década de 1560-1550 a.C. Inscrições dos séculos XVI e XV a.C. foram encontradas dando detalhes desses escravos Habiru e de seus trabalhos forçados. Uma delas conta como era grande o número dessas pessoas forçadas a trabalhar em minas de turquesa, o que deve ter sido extremamente perigoso sem ventilação e com archotes queimando todo o oxigênio. Foi interessante perceber que essas minas estavam a muito pouca distância da montanha de Yahweh, o Monte Sinai, nas montanhas ao Sul da península de Sinai. Seria isso uma coincidência, ou poderia ser que o movimento de escravos Habiru tivesse se dado aqui em vez de no próprio Egito? Achamos registros que indicam que apesar desses protojudeus falarem a língua canaanita, eles adoravam deidades egípcias e ergueram monumentos aos deuses Osíris, Ptah e Hator, o que não combina com a imagem dos nobres e escravizados seguidores de Yahweh ansiosos para serem levados a Jerusalém pelo "deus de seus pais". A história de Moisés é recontada a todas as crianças judias e cristãs e por isso acaba permanecendo nos adultos como se fosse fato histórico, mesmo quando se desconta seus elementos exóticos, como a abertura do Mar Vermelho. É difícil definir exatamente quando esses eventos se deram, mas a opinião mais antiga é a de que Moisés liderou "seu povo" para fora do Egito durante o reinado de Ramsés II, o que nos daria os anos entre 1290 e 1224 a.C. Existe, no entanto, boa evidência recentemente descoberta que comprova uma data muito anterior, mais próxima ao tempo da expulsão dos hicsos. Mas antes de nos aprofundarmos na questão das datas é importante lembrar aquilo que sabemos sobre esse homem chamado Moisés e o que a Bíblia nos conta sobre os israelitas e seu novo deus. Percebemos que o nome Moisés é verdadeiramente muito revelador. Estranhamente, a Bíblia Católica Romana Douai informa a seus leitores que significa "salvo das águas", quando na verdade quer simplesmente dizer "nascido de". Esse nome Moisés sempre requeria um outro nome que o prefixasse, como por exemplo, Thotmoses (nascido de Thot), Ramsés (nascido de Rá) ou Amenmosis (nascido de Amon). Apesar do elemento "moisés" ser soletrado de maneiras diversas em outras línguas que não o egípcio, significa sempre o mesmo, e nos parece provável que o próprio Moisés ou talvez algum escriba posterior tenha abolido da frente de seu nome o nome de algum deus egípcio, alguma coisa assim como tirar o Donald de um nome escocês, deixando-o apenas com o Mc, em vez de McDonald. A definição católica romana está provavelmente errada, mas se existir alguma verdade histórica nessa idéia, pode ser que o nome de Moisés tenha sido "nascido do Nilo", e então ele se chamaria Hapymoses. O nome de Moisés é incomum por ser um dos poucos nomes egípcios antigos ainda muito populares hoje em dia, tanto em sua forma hebraica Moshe quanto em sua forma árabe Musa. Os egípcios ainda chamam o Monte Sinai de Jubal Musa - a Montanha de Moisés. É impossível saber hoje exatamente quanto da história de Moisés como está contada no Antigo Testamento é verdade e quanto é invenção romântica. De acordo com o Livro do Êxodo, o faraó deu instruções para que todas as crianças de sexo masculino fossem atiradas ao Nilo. É quase impossível crer nisso como evento histórico, porque um decreto tão bárbaro estaria em total desacordo com o conceito de Ma'at, que era tão caro aos egípcios. Qualquer Faraó que desse uma ordem dessas estaria abrindo mão de seu direito a uma vida eterna quando seu coração fosse pesado. Além do mais, em termos práticos teria sido muito desagradável e pouco saudável ter milhares de corpos em decomposição flutuando na praticamente única fonte de água potável da população. De acordo com o Antigo Testamento, a mãe de Moisés estava decidida a não permitir que seu filho morresse, portanto, colocou-o nos juncos da beira do Nilo em uma cesta impermeabilizada com piche, na qual ele foi encontrado pela filha do Faraó. Faz tempo já se percebeu que esse episódio de nascimento é quase idêntico ao de Sargão I, o rei que dominou a Babilônia e a Suméria centenas de anos antes de Moisés. Uma comparação rápida mostra as similaridades óbvias: Sargão Minha inconstante mãe Concebeu-me: e me teve Em segredo Ela me colocou em uma cesta de vime, com betume selando A tampa. Ela me atirou ao rio, Que não me cobriu. Moisés . .. uma mulher Levita. concebeu e teve um filho... ela o escondeu por três meses Mas não podia escondê-lo mais. Então ela conseguiu uma cesta de vime, tornou-a impermeável com barro e Piche, colocou-o na cesta. E a colocou nos juncos da Margem do Nilo. Concluímos que a história desse nascimento é certamente ficção criada no século VI a.C. ecoado, para o nascimento da nação judaica, o antigo tema da criação que emerge das águas. Também era uma excelente maneira de racionalizar o fato de que um general do exército egípcio e membro da família real tenha se tornado o pai fundador do povo judeu. Mas a isso voltaremos em breve. Não temos dúvida de que alguns aspectos da história tenham sido invenções posteriores. Um deles é a descrição da mãe de Moisés como uma mulher Levita: essa é apenas uma tentativa de colocar a história em tal ordem que venha a justificar os autores posteriores. Os Levitas se tornaram a tribo sacerdotal e, portanto, os escribas, usando a lógica de seu próprio tempo, pensaram que Moisés tinha sido um sacerdote e, portanto, um Levita. O livro do Êxodo dá indicações bem claras de ser uma colcha de retalhos de pelo menos três versões orais da história tradicional da fuga do Egito, sem definir se foi Moisés ou Aarão o personagem principal, porque até mesmo o monte onde Moisés se encontrou com Yahweh se chama tanto Monte Sinai quanto Monte Horen. Ficávamos nos lembrado constantemente de que os autores dos livros iniciais do Antigo Testamento estavam narrando lendas tribais de seu passado distante, as histórias mais antigas tendo literalmente milhares de anos de idade, e mesmo as mais recentes como as de David e Salomão tendo acontecido centenas de anos antes de sua época. A forma geral desses supostos eventos era clara, mas os detalhes históricos estavam completamente ausentes. Autores diferentes preencheram as lacunas de formas diversas, dependendo de sua visão política do mundo, e de sua opinião sobre como as coisas deveriam ter sido. Peritos já foram capazes de desenroscar essas camadas autorais às quais deram designações técnicas como "J", "E", "D" e "P". Como o acesso atual proporciona muito mais informação histórica do que estava disponível para esses homens, podemos facilmente perceber alto grau de invenção. Por exemplo: esses autores descrevem os camelos como animais de carga e o uso de moedas no tempo de Isaac e José, quando de fato nada disso ocorreu até muito mais tarde. Outro engano significativo é a descrição de Abraão evitando o sul de Israel por ser terra dos Filisteus, quando hoje sabemos que esses não chegaram lá a não ser depois que os Israelitas saíram do Egito. Se o Livro do Êxodo nos contasse qual filha de qual faraó encontrou o bebê Moisés, as coisas seriam muito mais fáceis, mas claramente nem os próprios autores fazem a menor idéia. Raciocinamos que só poderia haver três explicações básicas para que Moisés estivesse no centro da família real egípcia: 1. Ele era asiático ou habiru de nascimento e foi levado para a família real ainda bebê, como sugere o Antigo Testamento. Sabe-se que os egípcios costumavam adotar as crianças de países vizinhos para que como adultos eles pudessem influenciar seu povo de maneira favorável aos egípcios. A princípio isso parecia improvável em uma época tão próxima à época em que os hicsos escravizaram os habirus. 2. Ele era um egípcio de nascimento nobre que como homem se encontrou em fuga por causa de um crime e que adotou os habirus como seus seguidores fora da lei. 3. Ele era um jovem general semita no exército do último rei dos hicsos e foi expulso do Egito para as terras selvagens com o resto das hordas asiáticas quando a monarquia tebana finalmente retomou o controle. Mais tarde ele retornou para liderar os habirus para a liberdade. Isso situaria a história de Moisés muito antes do que já se tenha considerado, mas não existe razão nenhuma para que não seja assim - sabe-se que Moisés foi um general no exército de um faraó não-identificado. Essa terceira opção era atraente, mas não pudemos a princípio encontrar evidência suficiente para uma datação tão anterior e, mais ainda, para aprender os segredos dos egípcios ele deve ter estado envolvido com um faraó verdadeiro, não um impostor hicso. Portanto aceitamos que a verdade estivesse na primeira ou na segunda hipótese. Em ambos os casos a versão bíblica dos eventos é aceita como amplamente correta. Para nossos propósitos nós decidimos não nos prender às circunstâncias de como Moisés tenha vindo a liderar esses protoisraelitas: é suficiente aceitar que um membro altamente graduado da corte do Egito se tornou o líder de algumas das tribos que mais tarde vieram a formar a nação dos judeus. Em Atos 7:22 diz: Assim foi Moisés iniciado em toda a sabedoria dos egípcios, e tornou-se poderoso em suas palavras e obras. Os israelitas que escreveram sobre Moisés todos esses anos depois não tinham nenhuma razão para inventar essa sua intimidade com os opositores de seus antepassados, e acreditavam claramente que ele houvesse sido investido com grandes segredos: na verdade, todos os segredos. Na época em que Moisés estava envolvido com a família real do Egito o Novo Império já tinha sido estabelecido e os "segredos substitutos", tomado o lugar dos "segredos originais de Osíris". Como membro graduado da corte do faraó, Moisés deve ter sido instruído nos princípios da ressurreição descritos na lenda de Seqenenre Tao e seu sacrifício intimorato, que substituiu os segredos genuínos. Para o jovem Moisés esse ritual era uma forma de aproximá-lo dos segredos da feitura dos reis, a mais alta expressão do poder, cuja simples posse era uma marca de realeza. Isso deve ter causado uma forte impressão porque ele certamente levou adiante essa história, e ela eventualmente se tornou o novo ritual secreto de passagem para a feitura dos reis na nova terra de Israel. Por ser secreta e repassada apenas para o menor número possível de judeus importantes, a história do "rei que foi perdido" passou para a linha real de David sem muitas modificações. Os detalhes do Êxodo eram uma história menos importante disponível para todos, por isso a verdade e a ficção se misturaram e pouca realidade permaneceu. Qualquer que fosse o caminho tomado, a história bíblica do Êxodo demonstra claramente que o grupo liderado por Moisés era altamente egipcianizado, e que a devoção às deidades egípcias era prática normal. Moisés receber os Dez Mandamentos em tabletes de pedra era absolutamente necessário para marcar o estabelecimento de um novo Estado. Cada rei tem que receber a sua "carta real" dos deuses como prova de estar adequado a liderar e para que haja uma base para a lei e a ordem nessa nova sociedade. Esses tabletes só poderiam ter sido escritos em hieróglifos egípcios, porque Moisés não entenderia nenhuma outra escrita. Hoje nós nos apoiamos na palavra escrita de maneira cotidiana, e por isso é difícil entender o quanto a escrita era considerada especial no segundo milênio a.C. A idéia de mensagens se materializando a partir de marcas feitas na pedra encantava as pessoas comuns, e os escribas que podiam fazer "a pedra falar" eram considerados como possuidores de grande mágica. Isso pode ser facilmente entendido quando percebemos que os egípcios chamavam os hieróglifos "as Palavras de Deus", uma expressão constantemente repetida na Bíblia. O Deus Guerreiro das Montanhas do Sinai Lendo a história do Êxodo cuidadosa e objetivamente ficamos horrorizados. A imagem que se formara em nossas mente durante nossa educação em bases cristãs virou rapidamente de cabeça para baixo. Em vez de um grande e nobre povo conquistando sua liberdade e encontrando sua "terra prometida", encontramos um perturbador catálogo de demonologia primitiva, traição, assassinatos em massa, estupros, vandalismo e roubo. Era a mais disfarçada declaração de origem imaginável para uma nova nação. A história de Moisés começa com um assassinato. Ele vê um egípcio batendo em um habiru, e, depois de se certificar de que ninguém está olhando, mata esse egípcio: esse é o primeiro das dezenas de milhares de assassinatos que esse ex-soldado cometerá. Desafortunadamente o crime foi testemunhado por outros habirus, que delataram o incidente aos egípcios, e Moisés passou a ser um homem procurado. Ele fugiu, dirigindo-se para leste do Sinai onde foi abrigado pelos Madianitas e se casou com a filha de seu rei, Séfora. Foi aqui que Moisés conheceu pela primeira vez o deus das tribos Madianitas, um deus de tempestades e guerra, cujo símbolo era uma marca em formato de cruz que era usada em suas testas, tornando-se mais tarde conhecida como a marca de Yahweh. Esse deus, que morava nessa montanha, foi a inspiração para o tema central do Deus dos judeus depois das conversas que Moisés teve com Ele no Monte Horeb. Raramente os deuses, se alguma vez o fazem, surgem espontaneamente para a existência: eles se desenvolvem naturalmente e passam por uma série de metamorfoses ao absorver qualidades transpostas de outros deuses. O primeiro encontro registrado com esse Deus dos judeus e cristãos parece estranhamente frio e ameaçador. Quando Moisés pediu Suas credenciais e Lhe perguntou Seu nome ele foi bastante esperto: mas não deu certo. Moisés sabia por sua criação egípcia que nem sempre os deuses eram superiores aos humanos, e que se um homem pudesse arrancar de um Deus o Seu nome teria grande poder sobre Ele. No Egito os deuses tinham muitos nomes, desde o comum e largamente conhecido até os mais restritos, mas sua designação fundamental não era dada a nenhum outro homem ou deus. Se Moisés tivesse recebido a resposta à sua pergunta sobre o nome principal desse Deus, ele teria efetivamente escravizado esse Deus. Teologia e magia têm sempre sido conceitos totalmente sinônimos até tempos relativamente recentes, quando conseguimos traçar uma linha que separa as duas metades do primitivo misticismo humano. O conceito do Deus dos Israelitas morando em sua Arca não é nada diferente do de um gênio que mora em uma garrafa e concede favores a seus amigos: ambos praticam essas atividades enquanto voam pelo ar, dividem oceanos inteiros, atiram bolas de fogo e de maneira geral ignoram as leis da natureza. Hoje mantemos uma tênue separação mental entre as histórias das Mil e Uma Noites e as da Bíblia, mas sem dúvida ambas partilham uma origem comum. Para muitas pessoas é difícil aceitar, mas se tomarmos a Bíblia literalmente, a figura do Criador, que o mundo ocidental chama simplesmente de Deus, começou sua existência como um humilde gênio que sobrevivia com seus talentos nas montanhas do Nordeste da África e Sudoeste da Ásia. Temendo por sua independência, esse deus madianita se recusou a responder à pergunta de Moisés sobre Seu nome e tentou estabelecer Sua própria importância mandando Moisés tirar as sandálias e recuar porque estava em solo sagrado. O Livro do Êxodo nos conta que a resposta que deu à pergunta sobre Seu nome foi: Ehyeh asher ehyeh. Isso é usualmente traduzido como "Eu sou aquilo que sou", mas no discurso dos autores do trabalho isso tinha uma força muito maior, e seria mais bem traduzido como "meta-se com a sua própria vida!". Os nomes Yahweh ou Jeová são ambos pronúncias modernas da descrição judaica de Deus como YHWH (a língua hebraica não possui vogais) Isso não é nenhum nome de deus: é apenas um título extraído da resposta dada, significando "Eu sou". De acordo com a história da Bíblia, Moisés eventualmente retornou ao Egito para libertar da escravidão os bandos de asiáticos sortidos a quem os egípcios chamavam de Habiru, supostamente usando os poderes desse djinn/gênio/deus para trazer miséria e morte aos desafortunados egípcios. Nos é contado que 600.000 israelitas partiram para uma jornada de 40 anos através do deserto, mas é claro para qualquer observador inteligente que um êxodo desse tipo só poderia ter envolvido uma fração desse número. Não existe nenhum traço de tal evento na história egípcia, e se fosse efetivamente um evento desse tamanho, tal como a Bíblia descreve, certamente existiria. Se o grupo fosse desse tamanho teria representado um quarto de toda a população do Egito, e o efeito que tal migração implicaria em necessidade de alimento e suprimento de força de trabalho, teria certamente tido seu impacto social registrado pelos egípcios. Não obstante, qualquer que tenha sido o número, Moisés levou seu povo através do Sinai de volta ao acampamento madianita e saudou seu sogro, Jetro, que congratulou os israelitas e deu bons conselhos a Moisés. O profeta então subiu novamente a montanha sagrada para encontrar-se com o deus que ali ainda vivia. O deus das tempestades que morava em uma nuvem negra disse a Moisés que se algum dos israelitas ou de seus animais chegasse perto da montanha ou mesmo a tocasse, Ele os mataria atravessando-os com raios ou apedrejando-os. O novo deus informou a seus seguidores que eles deveriam adorá-Lo ou ele se vingaria não apenas nos indivíduos em questão, mas também em seus filhos, netos e assim por diante. Exigiu que os israelitas lhe fizessem presentes de ouro, prata, cobre, linho fino, peles de toupeiras e madeira de acácia, que construíssem uma Arca completamente coberta de ouro para que Ele morasse dentro dela. Essa Arca era de desenho egípcio clássico com dois (por assim dizer) querubins na tampa, e que hoje em dia se aceita que fosse um par de esfinges aladas, ou seja, leões alados com cabeças humanas. Esse novo Deus não deve ter causado uma boa impressão sobre a maioria dos Israelitas, já que eles fizeram um bezerro de ouro assim que Moisés subiu a montanha para falar com Yahweh. Essa esfinge era provavelmente uma representação do deus egípcio Ápis, o que contrariou tremendamente o novo deus. Ele ordenou que Moisés mandasse seus sacerdotes matarem tantos desses "pecadores" quanto fosse possível e, como nos é contado, três mil israelitas foram massacrados. E os Muros Caíram ao Chão O progresso dos israelitas em direção à sua "terra prometida" só apresentava um obstáculo entre eles e seu objetivo: a população nativa. Mas Yahweh os lideraria até a vitória sobre os fazendeiros de Canaã. O Livro do Deuteronômio (versão Douai) explica esses eventos a partir do momento em que o povo escolhido de Deus começou a ameaçar as cidades-estado de Canaã, em passagens dos Capítulos 2 e 3: E o Senhor veio ao nosso encontro com todo o seu povo para combater-nos em Jasa. E Deus nosso Senhor os entregou a nós: e nós os matamos com seus filhos e todo o seu povo. E tomamos todas as cidades nesse tempo, matando os habitantes delas, homens, mulheres e crianças. Deles não deixamos que restasse nenhum. Exceto pelo gado que entrou na partilha dos que o tomaram, e os despojos das cidades, que tomamos nós. De Aroer, que fica sobre a margem da torrente do Arnon, uma cidade que fica em um vale, tão longe quanto Galaad Nenhuma aldeia ou vila escapou de nossas mãos: Deus nosso Senhor no-las entregou todas. . . . .. então nos dirigimos a caminho de Basan: e Og o rei de Basan veio encontrar-nos com seu povo para lutar em Edrai. E o Senhor me disse: "Não o temas, porque ele será entregue em tuas mãos, com todo o seu povo e todas as suas terras. E tu farás com ele como fizeste com Seehon, rei dos Amoritas, que viviam em Hesebon". Então o Senhor nosso Deus pôs em nossas mãos Og também rei de Basan e todo o seu povo. E nós os destruímos completamente. Arrasando todas as suas cidades de uma só vez. Não houve cidade que nos escapasse: sessenta cidades, todo o país de Argob, o reino de Og em Basan. Todas as cidades eram cercadas com altos muros, e com portões e grades: além disso, havia inúmeras cidades sem muralhas. E nós os destruímos completamente, como havíamos feito a Seehon, o rei de Hesebon: destruindo cada cidade, homem, mulher e criança. Mas o gado e os despojos das cidades tomamos para nossa posse. Essas passagens não descrevem batalhas, mas sim massacres em que cada homem, mulher e criança, assim como cabra, ovelha, boi ou jumento foi passado pelo fio da espada. O Antigo Testamento contém muito mais passagens desse tipo violento. Em adição a isso, Yahweh lembra a Seu povo que ele é Todo-Poderoso e está sempre pronto a punir sem piedade a todos aqueles que deixarem de adorá-lo e viver por Sua Palavra. Deuteronômio 8: 19-20 registra o seguinte aviso: Mas se te esqueceres do Senhor teu Deus, e seguires a deuses estranhos, e os servires e adorares, cuidado, porque agora te aviso que perecerás completamente. Como as nações, que o Senhor destruiu à tua entrada, assim será contigo, e perecerás se fores desobediente à voz do Senhor teu Deus. Quem quer que Moisés realmente fosse, ele se tornou um assassino no Egito e passou o resto de sua vida matando grande número de pessoas, tanto estrangeiros quanto aqueles que nele haviam depositado sua confiança. Achamos difícil reconciliar esse homem e sua visão de Deus com o Deus dos atuais judeus e cristãos. A nós essa disparidade prova que a idéia de Deus não é uma entidade estática, mas sim um foco social que evolui enquanto Ele se mescla com outros deuses, vagarosamente se tornando uma figura de proa que reflete a moralidade e as necessidades da época. Não é que Deus tenha feito o homem à Sua imagem: mas sim o homem que continuamente adapta Deus à sua própria. A Oportunidade do Êxodo Alguns estudiosos agora crêem que as cruéis vitórias descritas no Antigo Testamento são grandemente exageradas e que a chegada dos israelitas foi mais uma lenta absorção pela sociedade canaanita do que a substituição sangrenta da mesma. No entanto, recentes explorações arqueológicas revelaram evidências de um grande número de cidades destruídas indicando uma oportunidade para o Êxodo por volta do final da Média Idade do Bronze. Tal datação colocaria o Êxodo em algum ponto entre os cem anos entre a expulsão dos hicsos e o meio do século XV a.C. Isso aumenta tremendamente a possibilidade de que Moisés fosse aceito na família real egípcia logo depois que os tebanos retomaram o controle do país. Acreditamos que foi o treinamento que ele recebeu no Egito que possibilitou a Moisés a visão e a habilidade para criar seu próprio deus e estabelecer uma nova nação mesmo em face de grandes dificuldades. Seus métodos incruentos podem ter sido a única maneira de que ele dispunha para alcançar sucesso. Existem muitas evidências da forte influência egípcia nos eventos relacionados ao Êxodo, desde o desenho da Arca da Aliança até os tabletes hieroglíficos dados por Yahweh a Moisés, e consideramos perfeitamente lógico assumir que os segredos da cerimônia de ressurreição de Seqenenre também tenham saído do Egito com ele. Moisés tratava seu povo claramente como se fossem almas simples e na verdade devem ter sido muito pouco sofisticados, em comparação com seu líder que era, como sabemos, versado em todos os segredos dos egípcios. David e Salomão As tribos de Israel existiram independentemente por centenas de anos em um período conhecido como o dos Juízes. Esses Juízes não eram em princípio figuras magistrais ou judiciais, mas sim heróis determinados ou mais precisamente "salvadores". A idéia corrente de que as doze tribos de Israel estavam todas envolvidas no Êxodo é certamente equivocada: só duas ou três tribos, sabe-se agora, chegaram à meta dessa maneira. No tempo dos Juízes as tribos de Simeão e Levi haviam sido praticamente apagadas, e a todo-poderosa tribo de Judá estava apenas começando a ser reconhecida como sendo israelita. Lentamente os nômades das tribos Habiru se tomaram a nação hebraica dos israelitas, e abandonaram seus dias errantes para tomarem-se fazendeiros e artesãos. Os elementos da mais avançada sociedade Canaanita que não haviam sido assassinados durante a invasão acabaram por se misturar com os recém-chegados, ensinando-lhes os talentos que haviam desenvolvido em milhares de anos de agricultura. O livro mais antigo do Antigo Testamento é o Cântico de Débora, também conhecido como Cântico de Débora e Baruc (Juízes, 5:1-31). Ele nos conta como havia cooperação entre algumas das tribos quando enfrentavam um inimigo comum como os Filisteus. As tribos que não cediam soldados para a batalha eram repreendidas. O papel dos Juízes era diferente do papel dos reis, na medida em que cada um deles teria poder muito localizado sobre uma ou diversas tribos, com pouca ou nenhuma liderança política e econômica, sob a alegação de serem voluntários. Para encurtar: reis eram indicados por deus, juízes, não. Nem todos os juízes, no entanto, eram iguais. Um dos mais antigos heróis do tempo da invasão inicial foi Jerubaal que mais tarde mudou seu nome para Gedeão (seu nome original era provavelmente canaanita, honrando o deus Baal, o que provavelmente indica que nessa época Yahweh ainda não estava perfeitamente estabelecido como os autores do Antigo Testamento nos querem fazer crer). A Gedeão foi oferecido o reinado de Israel, mas ele declinou da oferta alegando que Yahweh era rei sobre todos os reis: não obstante, fica claro que ele tinha uma posição muito especial e deve ser visto como um herdeiro de Moisés. Apesar da recusa de Gedeão, sua autoridade derivava diretamente da de Moisés e certamente ultrapassava em muito a de outros Juízes. Ele fundou um centro religioso em Oprah onde fez um objeto de culto conhecido por efod que era um tipo de Arca, sugerindo que ele talvez possuísse um outro deus. Como homem de influência e poder, Gedeão mantinha um imenso harém (possivelmente incluindo virgens madianitas capturadas) e reputa-se que tivesse tido setenta filhos, o principal deles sendo Abimalec, um nome que sugere aos estudiosos bíblicos uma ideologia crescentemente real. Isso foi tomado como evidência de que Gedeão aceitou o reinado, mas, tenha ou não aceito, seu filho Abimalec definitivamente transcendeu o status de juiz e tomou-se rei. Seu templo devotado a Baal-berith foi escavado e descobriu-se ter sido um migdal, ou templo fortificado, com paredes de aproximadamente cinco metros de grossura, e em cada lado do portal foram encontradas bases para pilares sagrados . Isso aconteceu uma geração após a morte de Moisés e, mais importante ainda, centenas de anos antes da construção do Templo de Salomão: e ainda assim temos dois pilares sagrados ao lado do portal em um Templo que pertenceu ao primeiro rei dos judeus. A instrução maçônica sobre o significado dos pilares e a cerimônia que necessariamente se associa com eles só pode ter vindo a nós de Moisés, através de Gedeão para Abimalec. Nos parece extremamente razoável assumir que a cerimônia de ressurreição baseada na história de Seqenenre tenha sido usada por essa outra família real, já que não poderia conhecer nenhum outro ritual de feitura de reis senão aquele que Moisés aprendera no Egito. Os próprios pilares representariam a conexão com Deus e a estabilidade do novo estado. Infelizmente para Abimalec, a estabilidade foi curta. Sua imatura monarquia ruiu logo depois de estabelecida e ele perdeu sua vida em uma batalha com o não cooperativo povo da cidade de Tebah. O período dos Juízes, portanto, continuou, mas o conhecimento dos segredos da casa real e da feitura de reis foram mantidos vivos na linhagem dos Juízes de Gedeão. Por todo esse período, Jerusalém permaneceu sendo uma cidade que pertencia aos seus antigos fundadores, os jebusitas: o centro político e religioso para os israelitas era a cidade de Silo cerca de trinta e dois quilômetros ao norte. Escavações mostram que Silo foi destruída por volta de 1050 a.C., na guerra entre israelitas e filisteus. Esse evento foi testemunhado por Samuel, que era um importante juiz, profeta, sacerdote e fazedor de reis. A guerra entre os israelitas e os filisteus está registrada na história de Sansão, que era um nazarita (homem santo) de imensa força. Ele destruiu três mil filisteus simplesmente derrubando seus pilares da direita e da esquerda, o que nos parece uma metáfora para a destruição de sua estabilidade nacional. Foi Samuel quem fez rei ao benjamita Saul, em cerimônia privada de unção. Nenhuma explicação é dada na Bíblia sobre como Samuel tinha conhecimento para fazer isso e nem existe, é claro, nenhuma descrição dessa cerimônia. Parece que a relação entre Samuel e Saul era a dos poderes gêmeos de Sacerdote e Rei, os dois pilares de uma sociedade de sucesso que se unem para produzir estabilidade. Essa relação rapidamente tornou-se instável quando Saul fez um sacrifício em Gilgal sem o benefício das bênçãos de Samuel, e quando ele deixou de seguir as instruções de Samuel para destruir o harém dos amalecitas derrotados, Samuel começou a se arrepender de sua escolha. Um novo candidato logo surgiu, dessa vez na grande tribo de Judá em vez de ser originário da pequena tribo de Benjamim. Seu nome era David, e ele viera de uma pequena cidade chamada Belém. David era, de todos os pontos de vista, um indivíduo altamente talentoso, primeiro como cortesão e depois como soldado e estadista. A conhecida história da derrota de Golias é geralmente aceita como verdade, mas não foi David quem matou o gigante gitita - isso foi feito por outro homem de Belém chamado Elhanan, filho de Jaareoregim. A atribuição desse evento a David foi uma tentativa posterior de apresentá-lo como um simples pastorzinho desacostumado com a guerra, mas o fato é que ele foi um grande soldado e político durante toda a sua vida. Saul viu a ameaça que David representava e tentou removê-lo, mas eventualmente foi Saul quem perdeu sua vida, e Samuel criou seu segundo rei. Ninguém se aprofunda no fato de que quando David estava fugindo de Saul ele serviu no exército dos filisteus contra os israelitas: isso seria um qualificativo estranho para o fundador da mais extensa linhagem na história de Israel. David se tomou rei de Israel por volta de 1000 a.C. e pela primeira vez verdadeiramente uniu as tribos em um só povo. Há um paralelo interessante com o papel dos reis do Egito, no fato de que Israel também era duas terras, uma ao norte e uma ao sul, unidas por um líder. Nos primeiros sete anos, David reinou desde o Hebrom até o sul de Judá, mas seu papel mais importante é o do rei que tomou Jerusalém, criando uma nova capital que ficava entre as duas metades de seu reino unido. Ali ele mandou que lhe construíssem um palácio, e moveu a tenda que abrigava a Arca da Aliança e seu altar para um lugar onde pretendia construir um Templo para Yahweh. David estabeleceu um exército bem treinado, composto em sua maior parte de mercenários estrangeiros, como os quais derrotou os filisteus que ainda dominavam cidades na região, eventualmente ganhando controle das terras desde o Eufrates até o Golfo de Aqaba. A paz parecia estar assegurada enfim quando David assinou um tratado de paz com Hiram, rei de Tiro, mas o comportamento desregrado de David e sua família logo trouxe de volta a instabilidade. Os eventos parecem um épico de Hollywood. David se apaixona por Betsabá e mata o seu marido Urias. O filho de David, o príncipe coroado Amom, é assassinado por seu irmão Absalão depois de ter estuprado sua meia irmã Tamar, e Absalão finalmente tenta tomar o reino de seu pai pela força. Depois do que já era uma guerra civil, David reteve seu reino e seu filho Absalão perdeu a vida pendurado pelo pescoço nos galhos de uma árvore. Todas essas distrações impediram David de construir o planejado templo onde alojaria seu Deus, Yahweh. Logo David estava em seu leito de morte e o herdeiro do trono, Adonias, foi coroado rei. No entanto, antes que a festa da coroação terminasse, outro filho de Betsabá chamado Salomão foi ungido rei por Sadok, com a ajuda do próprio David. A cerimônia de Salomão foi considerada como a única verdadeira e não demorou muito até que o novo rei se desfizesse de seu irmão e dos que o apoiavam, impedindo que eles viessem alguma vez tentar desafiá-lo de novo. Salomão estava posto em grandeza, e sob seu comando Israel alcançou alturas que nunca antes alcançara, e nem depois alcançaria. Ele se casou com a filha do faraó, recebendo como dote a cidade estratégica de Gezer, na fronteira com o Egito: criou focos de construção em toda a terra: e, mais importante que tudo, ergueu a casa de Yahweh, o Templo Santo pelo qual ele é melhor lembrado. Como já discutimos, o Templo era um edifício relativamente pequeno, mas luxuosamente decorado e centralmente localizado. Ficava no topo de um monte com seu portal faceando o leste na direção do sol nascente, e porque estava colocado mais ou menos na fronteira entre as duas terras, uma ao norte e uma ao sul, os pilares desse portal representavam a harmonia e o equilíbrio do reino unido. Essa era uma recriação do conceito egípcio de estabilidade política através da unidade. Booz, o pilar da esquerda, ficava ao sul representando a terra de Judá e significando Força: Jachin ficava à direita representando a terra de Israel e significando Estabelecimento, e quando unidos pelo lintel de Yahweh os dois produziam Estabilidade. Como no Antigo Egito, enquanto as duas terras estivessem unidas pelos pilares apropriados a estabilidade política se perpetuaria. Esse conceito foi inteiramente emprestado do Egito, indicando que a estrutura da monarquia e teologia israelitas ainda não havia perdido suas antigas origens. Todo esse trabalho tinha que ser pago, já que toda a técnica usada era estrangeira - Hiram, rei de Tiro, foi quem forneceu a força de trabalho e a maior parte da matéria prima. Isso foi uma grande despesa para o ainda jovem reino, e Salomão começou a ficar sem dinheiro, com muitas cidades sendo vendidas para fazer frente aos débitos crescentes. A população teve que suportar trabalhos forçados, com turmas de dez mil pessoas sendo enviadas para estadias de um mês no Líbano, trabalhando para Hiram, rei de Tiro. O reino foi dividido em doze regiões, com cada região inteiramente responsável pelo envio ao palácio dos impostos de um mês por ano. Os impostos se tornaram cada vez mais altos e os súditos de Salomão começaram a perder o entusiasmo pelo desejo de grandeza de seu rei. Apesar da forma como os autores posteriores da Bíblia preferiram ver esses acontecimentos, há evidências abundantes de que o interesse em Yahweh era realmente muito tênue, e que outros deuses em toda a história da nação eram objetos de estima, se não maior, pelo menos igual à dele. Para muitos, Yahweh não era mais do que o deus israelita da guerra, útil em tempos de batalha, mas uma figura bastante apagada quando observada em comparação com todo o panteão de deuses disponíveis. Os nomes dados aos mais notáveis israelitas através das eras indicam um forte respeito por Baal, e mesmo o mais ardente Yahwehista não poderia pretender que os judeus dessa época acreditassem exclusivamente em um deus. Assim foi com Salomão. No fim de seu reinado Salomão se entregou à adoração solitária de outros deuses, o que causou muita insatisfação entre vários grupos, especialmente os sacerdotes do Templo de Jerusalém. Mais tarde foi dito que Salomão não foi punido por Yahweh por ter desrespeitado seu pai David. Na verdade, desde o tempo de Moisés até o fim do reinado de Salomão, Yahweh não parece ter impressionado muito a seu “povo escolhido". Quando Salomão - o rei famoso por sua sabedoria - morreu, o país não estava apenas falido, estava sem Deus. Roboão, filho de Salomão, foi criado acreditando no poder da realeza, e apesar de avisado para tomar uma posição conciliatória em relação aos ofendidos do norte que não o aceitavam como rei, ele continuou a exigir cooperação. A unidade das duas terras ruiu rapidamente e o reino do norte, Israel, deixou de ter qualquer coisa a ver com Judá, a quem via como a fonte de seus problemas. Resumiremos o que aprendemos sobre os israelitas desse período. As aspirações dessa nova nação de tornar-se uma grande civilização eram baseadas em uma teologia semi-estruturada, trabalhos forçados e dinheiro emprestado. Como todos os projetos mal preparados, falhou, mas deixou uma marca nos corações e mentes das futuras gerações, que posterior e retrospectivamente completariam sua teologia e lutariam para reconstruir a transitória glória que havia marcado sua emergência como um povo com um deus e um destino. Essa era a visão que nunca alcançaria seu objetivo, e ainda assim alcançaria grandeza acima de qualquer medida possível. Enquanto isso, os segredos das cerimônias de iniciação através da ressurreição, e da retidão moral baseada nos princípios da construção de um templo, eram perpetuados dentro do grupo real. Não era mais um conceito abstrato tomado da história do Egito e trazido a eles por Moisés. Era real, tão real quanto seu Templo em Jerusalém, que continha a Arca e seu Deus. Nesse estágio de nossa pesquisa não havíamos encontrado nenhuma referência ao assassinato do arquiteto do Templo de Salomão. Não obstante, agora estávamos começando a enxergar as crescentes evidências que apoiavam nossa hipótese dos dois pilares e de sua associada cerimônia de ressurreição de Seqenenre Tao, que havia sido levada para Israel por Moisés e se tornado o segredo da Casa Real de Israel. Nossa próxima tarefa seria identificar quando o nome do personagem principal havia sido transformado de Seqenenre Tao em Hiram Abiff. Para compreender como esses segredos ocultos possam ter sobrevivido e eventualmente vindo à tona através das ações de um homem chamado Jesus Cristo, e como o Novo Testamento podia ser interpretado à luz de nossas mais amplas descobertas, era preciso que investigássemos muito mais de perto o próximo estágio da história da nação judaica. Conclusão A história do nascimento de Moisés mostrou ser baseada em antiga lenda da Suméria, e agora sentíamos que havia sido adotada como forma de racionalizar o fato de que um general graduado dos egípcios e membro da família real egípcia havia se transformado em pai da nação judaica. Estávamos bastante seguros de que Moisés havia tido acesso aos segredos substitutos de Seqenenre Tao e que estava familiarizado com a história dos dois pilares: ele usou esses segredos para estabelecer um novo ritual de feitura de reis para seus seguidores. Isso deus aos judeus sem Estado, nem cultura, uma identidade e um ritual secreto que foi passado adiante na linhagem de David. Foi Moisés quem adotou o turbulento deus kenita das tempestades chamado Yahweh, que era identificado pelo símbolo do tau, originalmente conhecido como "a Marca de Yahweh". Uma vez tendo feito contato com esse novo deus, Moisés voltou ao Egito onde era procurado por assassinato para liderar um grupo de habirus. A jornada dos judeus para a terra de Canaã é mostrada na Bíblia como um processo contínuo de massacre da população nativa. Uma vez estabelecida a religião de Yahweh, o povo de Yahweh, os israelitas, foram liderados por uma série de Juízes, começando por Josué, o líder da famosa Batalha de Jericó. Este foi seguido por um grande número de outros Juízes, mas tanto a Bíblia quanto as evidências arqueológicas mostram que o símbolo dos dois pilares foi usado tanto por Abimalec, o filho de Gedeão, quanto por Sansão, o nazarita. Sentimos que isso indica fortemente que os segredos egípcios de Moisés continuavam sendo usados pelos líderes dos israelitas. O profeta Samuel ungiu Saul como o primeiro rei dos judeus, mas ele foi eventualmente sucedido por David, que foi um rei de extremo sucesso, por volta de 1000 a.C. David uniu os reinos de Judá e Israel com uma nova capital entre as duas terras, em Jerusalém. Foi seu filho Salomão quem primeiramente construiu o Templo de Jerusalém com os dois pilares representando a unificação dos dois reinos e formando um portal que faceava o leste - um pilar no norte representando Judá e outro no sul representando Israel. Os pilares gêmeos ficavam no pórtico ou entrada do Templo, mostrando que a monarquia israelita ainda tinha suas raízes e rituais egípcios. Salomão morreu deixando seu país praticamente falido, mas deixou os segredos da cerimônia de iniciação através da ressurreição em vida, e da retidão moral, baseados nos princípios da construção de um templo, para que fossem distribuídas entre o grupo real. Não duvidávamos mais que houvéssemos encontrado o modelo secreto da construção de um Estado judeu. Mas não havíamos encontrado referências ao assassinato do construtor do Templo de Salomão, e precisávamos descobrir como e quando Seqenenre havia se tornado Hiram Abiff:

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