terça-feira, 21 de março de 2017

CAPÍTULO ONZE " O Pesher de Jachin e Booz Os Manuscritos do Mar Morto "



Nossa reconstrução detalhada do desenvolvimento do povo judeu nos últimos cinco capítulos finalmente nos levou até o período que precedeu diretamente os eventos que deram início à Igreja Cristã. Havíamos mergulhado profundamente no passado distante dos Essênios/Nazoreanos, e aprendido muito. Com base no que descobrimos, tivemos a sensação de que esta seria uma parte particularmente intrigante de nossa busca. Até aqui, tínhamos hipóteses emergentes de reinos sendo construídos pelo poder de pilares terrenos gêmeos e de um lintel ou arco celestial, e só podíamos esperar que uma prova final desse paradigma emergisse o mais rápido possível. De todos os grupos existentes em Israel nessa época (ou seja, o período do nascimento de Cristo), acreditamos que o mais importante foi a Comunidade de Qumran que floresceu nos montes da Judéia. Apesar de não ter ultrapassado o número de duzentos membros em nenhum momento, sua influência sobre o mundo futuro foi imensa. Já tínhamos boas razões para acreditar que os autores dos Manuscritos do Mar Morto, a Comunidade de Qumran, eram essênios, e que eles e os nazoreanos e a Igreja de Jerusalém original eram todos exatamente as mesmas pessoas. Nossa evidência para tal afirmação já estava bem forte, sendo um ponto de vista seriamente considerado por muitos peritos importantes, mas a visão que havíamos alcançado, extraída da Chave de Hiram, estava começando a se tornar inquestionável dentro de nós. Nossa hipótese original, como explicitada nos Capítulos Quatro e Cinco - de que a Maçonaria havia se desenvolvido a partir desse grupo - agora parecia inteiramente possível por causa das ligações que havíamos descoberto entre eles e o Antigo Egito, mas agora devíamos procurar por atitudes e ritos maçônicos. Se estivéssemos certos de haver uma ligação entre a Maçonaria e os Qumranianos, e dos Qumranianos serem efetivamente os primeiros cristãos, poderíamos concluir que Cristo foi, em algum sentido da palavra, um Maçom. Estávamos conscientes de que essa noção horrorizaria muitos cristãos de hoje, particularmente os católicos romanos, mas acabamos por efetivamente encontrar a evidência de que ele foi exatamente isto. Já se especulou muito sobre se os essênios de Jerusalém não teriam sido uma espécie de protocristãos, e que Jesus Cristo teria sido um deles, mas a evidência era sempre muito tênue. As coisas mudaram radicalmente, no entanto, quando diversos trechos escritos foram encontrados, como mencionamos no Capítulo Quatro, nas escavações do antigo acampamento de Qumran. Logo após o sítio arqueológico foi inteiramente escavado pelo Departamento de Antiguidades da Jordânia, L 'École Archeologique Française e o Museu Arqueológico da Palestina, sob a direção de G. L. Harding e do padre R. De Vaux, em cinco campanhas entre 1951 e 1956. O que eles encontraram foi o equivalente teológico a nitroglicerina: o mundo cristão podia implodir se as descobertas não fossem manuseadas com extremo cuidado. Mas não havia jeito de manter a tampa sobre questão tão explosiva, não importando o esforço que a Igreja Cristã tivesse feito nesse sentido. Os que estavam a cargo da pesquisa não eram estudiosos independentes, mas tinham uma fé a proteger e uma estrutura a manter. Outros estudiosos envolvidos com os manuscritos encontraram evidências que pareciam contradizer a visão do Cristo e do Novo Testamento, mas foram efetivamente silenciados e desacreditados. Acusações de escândalo, ocultamento de provas e manipulação deliberada da verdade foram enfrentadas com negativas e contra-acusações de "imaginações hiper-ativas" e "sensacionalismo intencional". É fato que por mais de quarenta anos depois de sua descoberta pelo menos a metade dos 800 rolos encontrados ainda não havia sido publicada. A comunidade acadêmica se declarou ultrajada por esse segredo sem precedentes em relação ao que devia ser de conhecimento público e após amplos protestos, liderados pela Biblioteca Huntington de San Marino, Califórnia, as autoridades israelenses finalmente removeram as restrições ao acesso público ao conteúdo dos rolos em outubro de 1991. Várias versões dos textos bíblicos foram encontradas e todas elas eram pelo menos mil anos mais antigas que os mais antigos textos hebreus conhecidos, produzidos por Aarão Ben Moisés em 1008 d.C. Antes da descoberta dos manuscritos o mundo judeu e cristão não sabia ao certo o quão acurado era o Antigo Testamento, e só tínhamos conhecimento de que durante a era cristã mesmo o menor desvio era encarado com grande rejeição. Da grande variedade de textos existentes, cada um deles cuidadosamente guardado nas cavernas de Qumran, sabemos agora haver um grande número de textos diferentes, e que o que foi traduzido para o grego na versão Septuaginta era apenas um deles - portanto, não existe nenhuma versão "correta" da Bíblia, afinal. Toda a área de investigação relativa a Qumran é um campo minado para o cristão comum, por isso muitos preferiram manterem-se afastados do assunto. Enquanto o Judaísmo e muitas outras religiões se baseiam em um amplo território de pensamento social e teológico, a cristandade se fundamenta exclusivamente sobre a idéia de que em um determinado dia na História um deus/homem absolveu da responsabilidade sobre seus mal-feitos os membros da raça humana, que estava preparada para adorá-Lo, pelo ato de morrer (ainda que temporariamente) sob tortura. Até muito recentemente a única evidência relativa a esse evento pivotal eram os três Testamentos Sinópticos do Novo Testamento, que foram escritos bem depois dos eventos por pessoas que não estavam envolvidas pessoalmente neles e nem podem ser corretamente identificadas. Sabe-se agora que a história de Jesus contada nesses Evangelhos é em sua maior parte uma invenção dramática que envolve seus ensinamentos em um formato agradável aos leitores. Análises dos Evangelhos de Mateus e Lucas mostraram que são um amálgama de duas tradições deferentes da Igreja, baseados na combinação do Evangelho segundo Marcos e um outro Evangelho perdido mais antigo agora conhecido como Q (derivado do alemão quelle significando "manancial''). A história do nascimento de Jesus como contada em Marcos e Lucas é agora reconhecida como sendo uma total invenção de pessoas sem nenhuma compreensão das circunstâncias políticas e históricas daquela época. Os eventos que descreve, simplesmente não podem ter ocorrido. Um exemplo disso é a maneira como o rei Herodes é ligado à taxação romana sob Cirino - só que Herodes já estava morto desde 4 d.C., pelo menos dez anos antes que Cirino entrasse em cena. Outros estudiosos, como Morton Smith, detectaram a existência de um evangelho secreto, com elementos que fluem dentro de todos os quatro Evangelhos, e que se crê seja anterior ao Evangelho de Marcos. Não podemos fazer nada a não ser cogitar se esse evangelho secreto de Jesus existiu em forma escrita, e se não teria sido ele o documento que está no cerne de nossa missão, o manuscrito que os Cavaleiros Templários encontraram! Essa possibilidade nasce dos manuscritos de Qumran que estabelecem haver uma tradição secreta que seus membros deviam jurar nunca divulgar. Esses segredos foram escritos e mantidos em prontidão para o dia em que Deus visitasse seu povo nos dias dos últimos dias. Há pouca ou nenhuma referência a Jesus em qualquer documentação reconhecida de outra origem, o que é pouco usual, especialmente quando historiadores como Josephus, Filo e Plínio, o Velho, estavam registrando praticamente tudo o que fosse digno de nota em suas épocas. Como já discutimos, é naturalmente possível entender personagens históricos através de quaisquer fontes independentes, inclusive a partir do que seus inimigos dizem sobre eles, mas nesse caso os ficcionistas originais fizeram um bom trabalho de remoção de toda a evidência sobre a existência de um mortal que queriam nos apresentar como deus. Não foram hábeis o bastante, no entanto, e através da boa sorte e das modernas técnicas de análise dedutiva subitamente muito mais informação disponível surge, e as estranhas interpretações da primeva Igreja Romana sofrem o desafio da verdade. O Cristianismo é flagrantemente desmascarado. Não existe nenhum súbito influxo e informação que pudesse danificar os fundamentos do Judaísmo, do Islã, do Budismo ou até mesmo dos sistemas de crença dos aborígines australianos ou dos índios da Amazônia, porque essas são religiões que nasceram de uma profunda compreensão espiritual que se desenvolveu a partir de suas próprias culturas. Mesmo sem Gautama, o Budismo ainda vive: sem Maomé, o Islã vive: mas em a ressurreição de Jesus, o Cristianismo, como hoje se apresenta, não significa nada. É compreensível, portanto, que a Igreja tome cuidados imensos na lida com informações novas que estejam relacionadas com esse pequeno instante da história relativamente recente, quando crêem que o Criador de todo o Universo decidiu que estava exatamente na hora de tornar-se um deus vivo. Isso faz a cristandade ficar exposta à luz da verdade. Se toda a base do Cristianismo pode ser explicada como sendo um erro tolo, será que o Vaticano irá pedir desculpas pelos incômodos causados, auto abolir-se e devolver toda a sua riqueza e poder ao Rabino de Jerusalém? Não. Nenhuma prova conseguiria esse resultado, e talvez isso esteja correto, porque a Igreja de Roma é grande demais e importante demais para desaparecer subitamente: mas da mesma forma ela não pode estar certa em ocultar a verdade, porque a verdade tem que ser a essência de Deus. Deve haver uma maneira para que a Igreja sobreviva, repensando sobre o que agora se sabe serem idéias erradas. Há uma velha história judaica que prova bem esse ponto. Numa reunião de rabinos os sábios estavam discutindo um trecho da Lei Sagrada e um deles se encontrou em desacordo com o resto do grupo no que se refere à interpretação de determinado ponto. Ele estava sofrendo grandes pressões para mudar de opinião, mas ele sabia estar certo, e que, portanto, Deus estaria a seu lado. Por isso orou chamando o Altíssimo para ajudá-lo a provar seu ponto. "Por favor, Deus, se eu estiver certo, fazei com que os rios de Israel fluam de baixo para cima", ele pediu. Imediatamente as águas da terra mudaram de direção. Desafortunadamente, isso não abalou a seus adversários. "Por favor, Deus", disse o rabino quase desesperado, "se eu estiver certo, que as árvores todas se dobrem até tocar o chão". E foi isso que aconteceu. Mas seus adversários não transigiram. ''Adorado Deus", clamou o rabino em crescente frustração, "que fales em voz bem clara para apoiarme". As nuvens imediatamente se abriram e uma grande voz vinda dos céus trovejou. "Amigos, devo dizer-vos que ele está certo e vós estais errados. Isso é o que sempre desejei". O solitário rabino sorriu triunfante, mas o grupo de adversários não se impressionou. ''Ah, nós nunca damos atenção a vozes celestiais", disseram, "porque a determinação correta sobre esse ponto já foi escrita há muito tempo atrás". Essa história humorística diz tudo. Velhas escrituras, não importa quão pouco precisas sejam, ganham uma vida própria, pois a religião em última instância não lida com a verdade, e sim com a fé. Mas em nosso mundo moderno a fé cega não é o bastante, e nem mesmo o suficiente - e se a religião pretende sobreviver ela não deve voltar as costas a nenhuma informação nova. Colocar os dogmas acima da verdade não é a melhor maneira de honrar a Deus. Os Livros Perdidos dos Macabeus A história convencional registra a revolta dos Macabeus como uma causa judaica com o direito a seu lado, e a ascensão de Judas Macabeus ao Sumo Sacerdócio é vista como um acontecimento popular. Enquanto a primeira parte é certamente verdadeira, sabemos agora pelos manuscritos tirados de Qumran que Judas era considerado pelos Hasidim (o grupo de judeus ortodoxo) como um ultraje, por colocar a política antes de Yahweh. Quando Judas foi assassinado, seu irmão Simão se tornou Sumo Sacerdote e começou a levar as coisas muito mais adiante, declarando o "direito" hereditário de sua família a essa posição, uma declaração que ele mandou gravar em bronze e colocar no templo. A Bíblia Católica Romana Douai nos conta como Simão começou a considerar-se um jogador no palco do mundo quando enviou um embaixador e presentes a Roma. A ascensão ilegítima de Simão pode ser encontrada no Salmo 110. A visão que a Comunidade de Qumran tinha do sacerdócio de Jerusalém está clara nas seguintes passagens dos manuscritos: Os sacerdotes de Jerusalém, que ajuntam riqueza e lucro injusto pela espoliação do povo".(1 QpHab 9:4-5). A cidade de Jerusalém na qual o perverso sacerdote fez sua tarefa de abominação e degradou o Templo de Deus.(1 QpHab 12:7-9) Os nomes usados para descrever a governo da família que tomou o poder do Sumo Sacerdócio são confusos: o fundador foi chamado de Matatias, mas o termo "macabeus" é usado para seu filho Judas e a linhagem que eles geraram é chamada coletivamente de "os hasmoneus" na literatura rabínica. De acordo com o historiador Josephus, isso aconteceu por causa do nome do bisavô de Matatias, Hashmon. Quando Simão foi assassinado seu filho João Hircano o substituiu, reinando por trinta anos, e então seu filho, Aristóbulo, imediatamente tomou o poder e tornou-se o primeiro hasmoneu a intitular-se ao mesmo tempo Rei e Sumo Sacerdote dos judeus. A linhagem continuou até que os papéis de Rei e Sumo Sacerdote se separaram novamente quando da morte da rainha Alexandra em 67 a.C., quando seu jovem filho Aristóbulo II se tornou rei e seu filho mais velho, Hircano, se tornou Sumo Sacerdote. A Bíblia Católica Douai traz uma história bem completa desse período de intrigas políticas, assassinatos e corrupção generalizada, e apresenta os hasmoneus como hereges judeus - mas ainda assim a Bíblia do rei Jaime nada nos diz. Os últimos dois Livros da Bíblia Douai são o Primeiro e Segundo Livros dos Macabeus, escrituras totalmente ausentes do Antigo Testamento Protestante. Por que seria assim? O fato desses dois livros estarem ausentes da Bíblia do rei Jaime na verdade nos conta muito. Deve haver uma razão muito importante para que a Bíblia Católica apresente a Revolta dos Macabeus e o Sumo Sacerdócio dos Hasmoneus como legítimos, e que a Bíblia do Rei Jaime não reconheça nada disso como escritura. O que haveria de errado com essas obras, e o que poderiam ter sabido os compiladores tardios da Bíblia Protestante que os fizesse dispensar esses trabalhos tradicionalmente aceitos, supostamente inspirados por Deus? As únicas pessoas que sabiam que a ascensão dos reis e sacerdotes dos Hasmoneus foi ilegítima eram os membros da Comunidade de Qumran, que desprezavam esses falsos sacerdotes e suas curvaturas políticas a Roma. Ainda assim os Qumranianos foram quase destruídos na guerra contra os romanos em 66-70 d.C. e os judeus/cristãos da Diáspora (os que buscavam a vida mansa) foram aqueles que sobraram para contar a história da maneira como a viam. De qualquer modo, apesar dos Qumranianos terem perdido a batalha, venceram a guerra. Enterrando a verdadeira história em forma de manuscrito, a mensagem de alguma forma chegou às mãos dos criadores da Bíblia Protestante - graças às escavações do início do século XII feitas pelos Cavaleiros Templários. O Eleito de Judá Os judeus que voltaram de seu Cativeiro na Babilônia foram levados de volta a Jerusalém por Zorobabel, o homem que de alguma forma deve ter sido seu rei. Ele e seu grupo interno, denominado na Bíblia como sendo composto por Josué, Neemias, Saraías, Raelaiás, Mardoqueu, Belsã, Beguai, Reum e Baana, voltou à cidade com sua cerimônia secreta da linhagem real de David. Essa cerimônia estava agora um pouco diferente porque, seguindo as indicações de Ezequiel, os elementos egípcios mais flagrantes haviam sido substituídos por correspondentes hebraicos - mas no geral ainda permanecia intacta. Enquanto reerguiam o templo segundo o projeto de Ezequiel, se sentiam cheios de uma nova confiança: construiriam um Novo Templo e uma nova e inquebrável aliança com Yahweh. Nunca mais seu povo erraria e nunca mais Deus precisaria puni-los tão duramente. A confiança em um novo começo é sempre especial: a sensação de "dessa-vez-vai-dar-certo". É da natureza humana encontrar forças na esperança de um futuro que sempre parece que será mais agradável que o passado mas como muitas pessoas experientes sabem, raramente o é. É bastante provável que os descendentes de Zorobabel e de seu grupo interno conhecido como os Hasidim tenham deixado Jerusalém entre 187 a.C e 152 a.C. O manuscrito conhecido como o Documento de Damasco (assim chamado porque a comunidade por vezes se referia a si própria como Damasco) nos dá a melhor pista para a fundação da Comunidade de Qumran: Pois em sua deslealdade, quando O abandonaram, Ele ocultou sua face de Israel e de Seu Templo, e entregou-os à espada. Então quando Ele se recordou da Aliança dos Patriarcas, Ele deixou remanescentes em Israel e não os entregou totalmente à aniquilação. E no final do tempo da Ira - 390 anos depois de tê-los entregue às mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia - Ele os visitou e fez com que brotasse de Israel e de Aarão a raiz de uma planta que tomasse Sua terra e crescesse gorda na bondade de Sua terra. Foi então que eles compreenderam sua iniqüidade, e souberam ser culpados. Mas eles eram como cegos, como homens que tateiam seu caminho, por vinte anos. E Deus considerou seus atos, já que O buscavam de todo o coração, e gerou para eles um Mestre da Retidão para guiá-los nos caminhos de Seu coração, e fez saber às novas gerações o que havia feito com a última geração, a congregação dos traidores, que haviam se afastado do caminho. (CD 1:3-13) Se tomarmos a referência aos judeus como tendo sido "entregues às mãos de Nabucodonosor" a partir da data de sua primeira tomada de Jerusalém em 597 a.C em vez da data da destruição da cidade em 586 a.C , os 390 anos mais os 20 anos em que "tatearam no caminho" nos dá a data de 187 a.C como sendo a da fundação de Qumran. Essa datação não deve ser tomada literalmente, mas podemos estar certos de que a Comunidade de Qumran estava em seu lugar no anos de 152 a.C quando só Qumranianos protestaram contra a assunção de Judas, líder dos macabeus, ao Sumo Sacerdócio. Manuscritos recuperados nas cavernas de Qumran, particularmente o manual de Disciplina e o comentário aos dois primeiros capítulos do Livro de Habacuc, nos dão provas de sua aversão a essa indicação. Seu exílio foi auto-imposto e em seu refúgio no deserto eles se viam como o povo da nova aliança com Yahweh, os "Eleitos de Judá", vivendo uma dura vida monástica que se tornaria o modelo de todas as Ordens cristãs. Eles se descrevem como "os homens que aceitaram uma Nova Aliança na terra de Damasco", sendo Damasco agora amplamente considerado como sendo o nome que davam a Qumran e não o da cidade da Síria. Escavações mostram que o povo de Qumran provavelmente vivia em tendas e usava as cavernas e as escarpas em torno delas como depósitos e abrigos quando ocorriam as raríssimas chuvas de inverno. Havia edifícios que incluíam uma torre de vigia, salas para. reuniões publicas, um refeitório com cozinhas e despensas, um escritório, uma padaria, uma oficina de cerâmica, várias oficinas variadas e grandes cisternas para abluções cerimoniais. Banhos rituais eram essenciais para a manutenção da santidade, portanto, grandes quantidades de água eram necessárias nessa região de muito pouca chuva. Os membros da Comunidade se dividiam em três grupos: "Israel", "Levi" e "Aarão". Israel eram as pessoas comuns, levitas eram os padres inferiores e Aarão designava os mais velhos e sagrados sacerdotes. Como na Maçonaria, qualquer homem que pudesse expressar sua firme crença em Deus podia fazer parte da comunidade - "os muitos" como eles mesmos se chamavam. Há um grande número de similaridades distintas no tratamento dos novos membros, começando com uma entrevista com o Conselho para examinar o candidato em potencial e estabelecer a sua retidão, após o que uma votação acontecia. Se aceito, o candidato era admitido a um grau inferior por um período de um ano, sendo que durante esse tempo ele não deveria misturar sua riqueza com a "os muitos". O primeiro nível da Maçonaria, o de Aprendiz, costumava durar um ano, e na cerimônia de iniciação o candidato não devia ter sobre si nem dinheiro nem nada metálico. No curso da iniciação se pede que dê dinheiro, e quando responde não ter nenhum lhe informam que é apenas um teste para que seja assegurado de que não havia trazido moedas nem outra riqueza qualquer para dentro da Loja. Quando o novo membro completava um ano na Comunidade de Qumran ele era testado em seu conhecimento das obras da Torah: antes de seguir para o grau de Companheiro, um irmão Maçom precisa ser testado em seu conhecimento do ritual. Como com a Maçonaria antiga, o segundo estágio da aceitação era o grau que a maioria alcançava, mas para indivíduos especiais havia um terceiro grau para o qual o indivíduo poderia avançar após mais um ano. Isso os permitia " chegar perto do conselho secreto da Comunidade" - o que nos recorda dos segredos de Hiram Abiff que são revelados ao Maçom que só se torna Mestre quando exaltado ao 3° Grau. Como na prática dos Cavaleiros Templários, uma vez tendo os iniciados superado seu primeiro ano tinham que abrir mão de toda a sua riqueza: naturalmente, esse é um procedimento que a Maçonaria não pode adotar sem desaparecer como organização da noite para o dia. As virtudes positivas ensinadas na Comunidade de Qumran foram claramente definidas nos manuscritos: verdade, retidão, bondade, justiça, honestidade e humildade acompanhando o amor fraternal. Os três graus da Comunidade de Qumran são similares à Maçonaria a ponto de transcender a própria coincidência. Empregando nossa técnica de usar o ritual maçônico com as poucas palavras de identificação trocadas, seria fácil acreditar que essa alocução feita ao iniciado do 3° Grau seria uma citação dos manuscritos sobre alguém que tivesse apenas sido elevado ao terceiro grau Qumraniano, o Grupo dos Muitos: Vosso zelo pela instituição da Comunidade dos Muitos, o progresso que fizestes na Arte e vossa aceitação dos regulamentos gerais vos apontaram como objeto seguro de nosso favor e estima. Na figura de membro do Conselho Secreto estais de hoje em diante autorizado a corrigir os erros e irregularidades dos Aprendizes e Companheiros e cuidar para que sua fidelidade nunca se quebre. Aprimorar a moral e corrigir os modos dos homens na sociedade deve ser vosso cuidado constante. Com isto em vista, portanto, devereis sempre recomendar a vossos inferiores a obediência e a submissão, a vossos iguais a cortesia e a afabilidade e a vosso superiores, bondade e condescendência. Deveis inculcar a benevolência universal e, pela regularidade de vosso próprio comportamento, gerar o melhor exemplo para o beneficio de outrem. Aos Antigos Landmarks de Israel, que são neste instante confiados a vosso cuidado, deveis preservar sagrados e invioláveis e nunca aceitar que se infrinjam nossos rituais, nem qualquer desvio de usos e costumes estabelecidos. Dever, honra e gratidão agora vos obrigam a ser fiel a toda essa confiança: apoiai com dignidade inquebrantável vosso novo caráter e reforçai-o pelo exemplo e preceito dos mandamentos do sistema de Deus. Que nenhum motivo, portanto, vos faça fugir de vosso dever, violar vossos votos ou trair essa confiança, mas sede verdadeiro e fiel e imitai o exemplo do celebrado Artista, Taxo, cujo papel já representastes. Antes de analisarmos comparativamente os segredos das duas ordens, citemos alguns motivos de exclusão que são estranhamente similares em ambas. Um homem não poderia juntar-se à Comunidade de Qumran se fosse estúpido, ou "marcado em sua carne, doente dos pés e mãos, coxo ou cego ou surdo ou mudo, ou marcado por uma ferida de pele que seja visível aos olhos, ou tão velho e trôpego que não possa manter-se de pé em meio à congregação." Apesar dessa regra não ser mais tão rigorosamente aplicada, a Maçonaria exige dos candidatos que sejam de mente e corpo sãos: qualquer defeito físico supostamente impediria a admissão. A Comunidade que viveu em Qumran por volta de duzentos e cinqüenta anos sempre é encarada por observadores modernos como sendo um monastério essênio. Que eram essênios não resta mais dúvida em nenhum de seus estudiosos, mas o termo "monastério" é incorreto, no sentido de que eram não um grupo de machos celibatários que gastavam a maior parte de seu tempo livre em orações. Podemos ver pela biblioteca de manuscritos que se relacionam à Comunidade que o celibato era altamente considerado, mas nunca essencial ao ingresso. Não obstante, relações sexuais eram consideradas como sendo extremamente impuras e se um homem tivesse o menor contato com uma mulher menstruada, uma considerável quantidade de limpeza era exigida antes que ele pudesse novamente estar em contato com a Comunidade. As mentes ocidentais modernas adoram rotular: amamos ser capazes de colocar tudo o que encontramos em um escaninho - seja A ou B. Construímos tantas definições e categorias que nos sentimos um pouco fora de foco quando alguma coisa é impossível de enfiar em uma caixinha, mas o ponto principal sobre a Comunidade de Qumran é que ela mudou dramaticamente durante os 250 anos de sua existência, particularmente perto do fim, sob a influência de Jesus e Tiago. Midrash, Pesher e Parábola Qualquer um que hoje em dia estude o Judaísmo antigo está consciente de que a mente judaica de dois mil anos atrás e mesmo antes disso era bastante diferente da nossa mente atual, e por isso é preciso compreender as técnicas de "midrash”, ''pesher' e "parábola". O termo midrash corresponde bem de perto à palavra exegese, e pode ser definida como "a investigação e interpretação das escrituras hebraicas com o propósito de descobrir as verdades teológicas e as instruções a seguir". Esse é um conceito fortemente relacionado com a técnica de entender eventos correntes denominada pesher, que pode ser explicada como sendo uma interpretação ou explicação de um versículo das Escrituras no qual uma declaração feita é considerada como tendo sentido em relação a algum evento ou pessoas nos dias de hoje ou no futuro. Portanto, o midrash era um processo contínuo através do qual os sacerdotes e profetas de Israel buscavam instruções para aprimorar o bem estar espiritual do povo, e pesher era um método de dar sentido às coisas que aconteciam à sua volta. Eles acreditavam que os eventos não eram ocorrências caóticas mas sim obedeciam a padrões estruturados que poderiam ser decifrados pelo simples estudo das Escrituras. Como resultado desses dois princípios, quando eles escreviam a história de um evento recente, eles certamente se certificavam de que este se adaptava ao antigo padrão. Isso explica porque encontramos tantas referências, tanto no Novo Testamento quanto nos Manuscritos de Qumran, que são ecos do Antigo Testamento. O termo "parábola" é bem compreendido pelos cristãos porque o Novo Testamento nos conta que Jesus Cristo usava essa forma de contar histórias para comunicar seus ensinamentos de moral às pessoas pouco sofisticadas da Judéia. O método pode ser definido como "uma explicação figurativa que pode contar tanto alegoria quanto metáfora, ou ambas, para transmitir um nível mais profundo de significado". Essas histórias não eram apenas usadas como simples analogias para ajudar judeus incultos a entender a Lei, eram também uma técnica para explicar complexos eventos correntes de uma forma alegórica e, portanto, secreta. É fato sem discussão que a Cristandade foi um culto judeu e que todo o seu "elenco original" (Jesus, Tiago, Simão Pedro, André, Judas, Tomé, etc.) eram pessoas que pensavam em termos de midrash, de peshere de parábola. Por contraste, os que consideramos "elenco de apoio" (Paulo, Mateus, Lucas, etc.) eram bem diferentes no uso de processos de pensamento mais helenísticos, muito mais próximos dos que usamos hoje em dia. Os Evangelhos do Novo Testamento foram certamente escritos depois da destruição de Jerusalém e Qumran, e da morte do "elenco original". Esses textos foram criados para uma platéia que pensava em grego por pessoas que viviam pelos ensinamentos que acreditavam ser os de seu Cristo, e por isso construíram a partir deles uma vida para seu Cristo - sem o beneficio de nenhuma testemunha ocular da história. Para separar os fatos da ficção no Novo Testamento, temos que remover o literalismo do pensamento grego e procurar abaixo do que lemos para estudar a corrente subterrânea de pensamento radical judeu e proto-cristão. Há similaridades fundamentais entre o que a Comunidade de Qumran dizia sobre si mesma e o que a Igreja primitiva dizia sobre si. A Igreja primitiva era conhecida como "aqueles do caminho" ou "o caminho de Deus", como seita distinta (Atos 24:14). Os membros da Comunidade de Qumran usavam exatamente os mesmo termos para se descrever. E mais: ambos os grupos se descrevem como os Pobres, os Filhos da Luz, os Eleitos de Deus, a Comunidade do Novo Testamento ou Aliança. Essa idéia da Igreja como Novo Templo de Deus onde a redenção sacrifical de todo o mundo é feita de uma só vez e para sempre vem do capítulo oito da Epístola aos Hebreus, que cita integralmente a passagem de Jeremias que a antecede: ...um plantio eterno, a santa casa de Israel, o conclave mais sagrado de Aarão, testemunhas da verdade em julgamento, e escolhidas pelo favor divino para expiar pela terra, deixando aos perversos seus desertos. Essa é a parede testada, a preciosa angular, cuja fundação não será abalada nem movida de seu lugar. Não conseguimos deixar de notar as semelhanças extraordinárias com a descrição que Pedro faz da Igreja: ... vós também, como pedras vivas, ergueis a casa espiritual para ser o santo sacerdócio, para oferecer sacrifícios espirituais, que Deus aceita através de Jesus Cristo. Porque está contido nas Escrituras, cuidai, em sinal deixei a pedra angular fundamental, eleita, preciosa .. mas vós sois uma raça de eleitos, um sacerdócio real, um nação santa, o povo que é propriedade de Deus... Esse paralelo foi notado primeiramente em 1956 quando se tornou claro que havia uma ligação muito especial entre os Qumranianos e a Igreja de Jerusalém. O que nunca se comentou foi o quanto essas palavras são parte de outra organização - a Maçonaria. Enquanto toda a Maçonaria se foca na construção do templo espiritual a partir do projeto que Ezequiel elaborou com sua visão do templo de Salomão, o "discurso feito no canto nordeste" imediatamente vem à nossa mente: No soerguimento de todos os edifícios grandiosos ou soberbos, é costume assentar-se a pedra fundamental no canto nordeste desse edifício. Vós, sendo recém-admitido na Maçonaria, sois colocado no canto nordeste da Loja, para figurativamente representar essa pedra e, das fundações feitas nessa noite, que de vós se erga urna superestrutura, perfeita em todas as suas partes e honrosa para seu construtor. Os Segredos de Qumran. Quando os essênios foram inicialmente forçados a deixar Jerusalém, contam que "tatearam" por vinte anos até que um homem conhecido como Mestre da Retidão lhes mostrou "o caminho" e a Comunidade de Qumran se estabeleceu firmemente. A dificuldade com os manuscritos de Qumran é que eles raramente dão nomes aos indivíduos, portanto, identificar personagens por comparação com fontes não Qumrânicas é impossível Além do Mestre da Retidão, existem outros importantes personagens correntes nesses textos, tais como "o sacerdote perverso", e "o mentiroso", cujas identidades já provocaram muitos debates entre estudiosos. Quem quer que tenha sido esse Mestre da Retidão, deve ter sido um homem santo e pio, aparentemente um descendente sacerdotal de Sadok, que revelou a essa Comunidade estarem eles vivendo em um tempo que traria "o fim dos dias" como predito pelos velhos profetas. Breve, ele lhes disse, Deus esmagará seus inimigos em uma batalha cósmica final e dará início a uma nova era de retidão, e como a Comunidade era o último remanescente do verdadeiro Israel- o povo da Aliança com Yahweh - seriam eles que lutariam essa batalha e retomariam a Jerusalém para purificar o Templo e reinstituir os corretos procedimentos devocionais. Os Qumranianos tinham várias descrições para si próprios, inclusive "a Comunidade", "os Muitos", "a Congregação de Israel" e "os Filhos da Luz": em adição, o homem que os lideraria no "fim da era", o messias davídico, tinha títulos como "o Homem Poderoso", "o Homem da Glória", e "o Príncipe da Luz". Seria este "Príncipe da Luz" que derrotaria o "Príncipe das Trevas" e "a Congregação de Belial (Satã). Um manuscrito intitulado "Midrash sobre os Últimos Dias" nos conta como "os Filhos de Belial" urdiriam planos sinistros contra os "Filhos da Luz", para que esses tropecem e para que os reis das nações se enraiveçam contra o povo eleito de Israel nos últimos dias. Deus, no entanto, salvará Seu povo pelas mãos de duas figuras messiânicas que se erguerão no final dos tempos: um será "o Ramo de David" e o outro "o Intérprete da Lei". Dos manuscritos aprendemos que existiam alguns livros secretos que continham informações sobre eventos futuros e referências sobre certos rituais revelados por Deus: esses rituais eram normalmente transmitidos a pessoas selecionadas apenas oralmente, mas agora haviam sido escritos sob forma codificada. Esses segredos eram altamente restritos e diz-se que foram transmitidos por uma longa linhagem de tradição secreta, para que fossem cuidadosamente preservados até o advento dos "últimos dias". O padre J. T. Milik, que liderou grande parte do trabalho inicial sobre os manuscritos de Qumran, percebeu que certos manuscritos secretos usavam técnicas de codificação críptica. Um exemplo era o uso de dois alfabetos diferentes com sinais arbitrariamente escolhidos para substituir as letras hebraicas normais: outro tinha o texto escrito da esquerda para a direita em vez do movimento normal da direita para a esquerda. Tudo o que descobrimos sobre a Comunidade de Qumran aumentava nossa convicção de que eles eram os descendentes espirituais dos reis do Egito, e os ancestrais dos Templários e da Maçonaria. Uma importante prova disso veio à luz graças a outro membro do grupo original de estudiosos dos Manuscritos do Mar Morto, indicado para o Prêmio Nobel. Em muitos dos manuscritos o dr. Hugh Schonfield descobriu um código secreto que ele denominou de "Código de Atbash", usado para ocultar nomes de certos indivíduos. Para seu estupor, antes de sua morte em 1988, o dr. Schonfield descobriu que certas palavras-chave usadas tanto pelos Cavaleiros Templários quanto pela Maçonaria são Códigos Atbash que revelam significados ocultos quando decifradas. Por exemplo, os Templários haviam sido acusados de adorar alguma coisa que tinha o curioso nome de Baphomet, o que nunca foi compreendido até ter sido escrito em hebraico e ter se aplicado o Código Atbash ao resultado, revelando a palavra Sophia - Sabedoria, em grego. Portanto, aqui estava uma possível conexão com os Templários, e a seguir uma outra com a Maçonaria. Aplicando o Código Atbash à palavra maçônica Tajo (pronunciada Tacho) que era um pseudônimo supostamente dado ao Grão-Mestre da Espanha, encontra-se o nome do homem (Asaph) que, de acordo com vários dos Salmos, foi um homem que colaborou com a construção do primeiro Templo de Jerusalém. O assunto de alguns desses textos misteriosos da biblioteca de Qumran é Noé e Enoque, dos quais se diz terem sido recipientes dos divinos segredos do Céu e da Terra que haviam sido partilhados por certos iniciados. Há uma crença antiga de que os ancestrais míticos da raça humana eram homens de sublime visão, e existem muitas lendas que apresentam Noé e Enoque como depositários dos divinos segredos. Essas histórias aparecem em grande parte da literatura apocalíptica. Apesar de tão antigas quanto o Livro do Gênese, claramente vieram de uma outra fonte não identificada. Acreditamos que essa fonte possa ser a dos segredos orais da cerimônia de ressurreição, já que existe uma antiga e inexplicada tradição secreta ligada ao nome de Enoque. Na literatura maçônica existem antigos rituais associados à tentativa que Sem, Cam e Jafé fizeram para ressuscitar a Noé. E também já mencionamos um grau adicional da Maçonaria, conhecido como dos Ark Mariners (Marinheiros da Arca ), que perpetua essa tradição dos segredos de Noé. Mas existe um aspecto ainda mais importante dos ensinamentos secretos da tradição apocalíptica que se liga tanto a Moisés quanto a Ezra (que ficou conhecido como o segundo Moisés). Hoje em dia se acredita que já existiu um número muito maior de escritos atribuídos a Moisés do que os que sobreviveram até nossos dias. Um desses trabalhos que sobreviveu é a Assunção de Moisés, que se sabe ser uma obra essênia. Contém a seguinte instrução dada por Moisés a Josué: Recebe então estes escritos para que possas saber como preservar os livros que deixarei contigo: e tu os porás em ordem e untá-los-ás com óleo de cedro e os guardarás em vasos de cerâmica no lugar que Ele fez no início da criação do mundo. Essa referência fala de livros secretos que Moisés teria dado a Josué para que ele os mantivesse ocultos. . . . até os dias de arrependimento na visitação através da qual o Senhor virá até ti para consumar o fim dos dias. Os textos secretos ligados a Moisés imediatamente se destacaram para nós porque ele teria sido o único homem que poderia ter conhecido os segredos dos reis do Egito por experiência própria, e aqui ele dá instruções de que em algum instante antes do "fim dos dias" esses segredos devem ser depositados "no lugar que Ele fez no início da Criação do Mundo". Isso descreve um único lugar para os judeus: a pedra sob o Santo dos Santos no Debir do Templo em Jerusalém, porque esse é o ponto inicial da Criação. Sabemos que os Qumranianos esconderam eles mesmos a principal biblioteca de manuscritos feitos por suas próprias mãos, além de outros textos de outras partes da Judéia, nas cavernas ao fundo de seu acampamento. Também sabemos que eles eram devotados estudiosos da Lei, portanto, devem ter seguido essa instrução de Moisés porque é certo que eles acreditavam piamente que "o fim das eras" aconteceria ainda durante suas vidas. Daí se segue que se os Cavaleiros Templários tiverem escavado por debaixo da terra em direção ao Santo dos Santos, como temos cada vez mais confiança de que tenham feito, eles devem ter encontrado esses manuscritos secretos. Nesse ponto ficamos extremamente agitados - havíamos encontrado uma instrução explícita para enterrar os segredos, recebidos de Moisés, sob o Templo de Herodes? Uma descoberta dessas imediatamente transformaria nossa interessante teoria em uma probabilidade pouquíssimo remota! Decidimos imediatamente investigar mais profundamente sobre o pano de fundo da Assunção de Moisés. Descobrimos que a opinião dos estudiosos era a de que esse texto fora provavelmente escrito durante a vida de Jesus, traçando um panorama da história dos judeus através da era dos Selêucidas, e daí em diante pelo período hasmodeu até alguém que é descrito como "um rei insolente". Essa referência é comumente tomada como sendo a Herodes, o Grande. O livro segue com a descrição de um período de perseguições, que combina com a época de Antiôco Epifânio, o sucessor de Herodes, mas muitos estudiosos pensam que esse capítulo foi mal colocado e deveria vir antes. Aí então uma figura misteriosa, Taxo, aparece. Ele incita seus filhos a se retirarem com ele até uma caverna, para lá morrer em vez de serem desleais à sua fé. Sua morte é o acontecimento que deflagraria a esperada intervenção de Deus na história e o estabelecimento de Seu reino. Esse reino parece ser entendido como um Reino Celestial mais do que um reino estabelecido sobre a terra. Muitas tentativas já foram feitas para identificar Taxo com algum personagem histórico, mas nenhuma até agora realmente deu bons resultados. Alguns autores tentaram identificá-lo com o Mestre da Retidão. Tínhamos agora a confirmação de uma instrução de Moisés para que os segredos fossem enterrados, mas também tínhamos uma data que colocava a idade do manuscrito não antes dos anos da vida de Jesus, um momento em que toda a Comunidade estava se preparando para a grande batalha antes do "fim das eras". Mas foi essa menção a um personagem não-identificado denominado Taxo que nos agitou. Já sabíamos que Taxo e Tacho eram formas do mesmo nome, e que o Código Atbash traduzia Tacho como Asaph - o homem que colaborou com Salomão na construção do Templo de Jerusalém e também um nome usado por Maçons para seu Grão-Mestre. O nome Taxo não era mais um mistério por causa da descoberta do Código Atbash usado pelos Qumranianos em seus manuscritos que confirma nossas suspeitas iniciais de que se referisse ao Chefe da Comunidade, i.e., ao Mestre da Retidão nos últimos anos de sua existência. A exortação do texto para "morrer em vez de serem desleais à sua fé", também é extremamente remanescente do Ritual do 3o . Grau da Maçonaria, que é inteiramente orientado para a idéia de "fidelidade até mesmo na morte", resumida pelas palavras de Hiram Abiff quando ameaçado pelo primeiro de seus atacantes: Prefiro enfrentar a morte a trair a sagrada confiança em mim depositada. Nossa conclusão a partir dessa evidência é a de que o líder da Comunidade de Qumran era considerado como sendo o descendente espiritual do construtor original do Templo de Salomão, o homem que os Maçons hoje conhecem como Hiram Abiff. As ligações com o Ritual do 3o . Grau agora pareciam combinar com nosso padrão histórico em ziguezague, mas outro motivo principal do simbolismo maçônico ainda requeria explicações mais profundas. Precisávamos descobrir como a história dos dois pilares, que é tão importante nos dois primeiros graus da Maçonaria, pode ter sido transmitida aos Templários. Os Pilares Gêmeos Uma vez que a Igreja Romana se posicionou falsamente como herdeira dos ensinamentos de Jesus e os cristãos modernos erroneamente acreditam ter algum direito a essa posição superior da qual estudam outros grupos, os essênios/qumranianos são encarados como apenas mais um grupo entre os muitos que existiram na Terra Santa ao tempo de Cristo. Essa é uma avaliação definitivamente inadequada da Comunidade de Qumran. Seus membros eram a nata de tudo o que havia de mais importante para os judeus como nação, os guardiões da Aliança com seu Deus e a corporificação de todas as aspirações de um povo. Era o Judaísmo em sua forma mais precisa. Um ponto chave da discussão através dos anos tem sido a identidade do indivíduo descrito como o Mestre da Retidão, mas com a massa de informação atualmente disponível muitos estudiosos crêem que deve ter havido não apenas um, mas dois indivíduos que receberam esse título, o primeiro na fundação da Comunidade e o outro no "fim das eras". A dificuldade é que a Comunidade de Qumran não era uma coisa estática mas um grupo vivo, atuante e de rápida evolução, que precisava modificar-se constantemente para suportar as pressões que lhe eram impostas. Conseqüentemente os manuscritos mais velhos se referem ao primeiro Mestre da Retidão, e os mais novos falam apenas de seu último líder espiritual, identificado como Tiago, o Justo. Os professores Robert Eisenman e Michael Wise concluíram, como observadores independentes, que esse líder dos Qumranianos foi Tiago, o irmão de Jesus e líder da Igreja de Jerusalém. Daí se segue que a Igreja de Jerusalém era a Comunidade de Qumran. Uma antiga referência a isto foi dada pelo historiador do século II, Hegesipo, que chamou a Tiago, o irmão de Cristo, de Tiago, o Justo, descrevendo-o como um "nazirita", dizendo que ele havia intercedido por seu povo no Santuário do Templo. O mesmo observador descreve Tiago como "o Íntegro", dizendo que ele não bebia vinho e não comia carne animal, vestindo os mantos de linho branco de um sacerdote e com os joelhos mais calejados que os de um camelo por causa de suas constantes orações. De acordo com outro manuscrito conhecido como o Manual de Disciplina, o conselho da Comunidade consistia de doze homens santos e perfeitos, que eram os pilares da Comunidade, e acreditamos que os dois pilares principais eram altamente simbólicos, representando os aspectos real e sacerdotal da criação e manutenção do "Reino dos Céus". Tínhamos em mente que esse termo nunca significou nada extra terreno: na verdade, apontava para uma existência terrena na qual Yahweh governaria sobre os judeus em permanente estado de paz e prosperidade. Esses pilares espirituais eram, está claro, descendentes dos pilares dos reinos unificados do Alto e Baixo Egito que haviam chegado à Comunidade como os legendários Booz e Jachin que haviam adornado o portão do Oriente no Templo de Salomão. Para esse pios e acuados judeus, as colunas representavam tanto o poder real ou "mishpat" quanto poder sacerdotal ou "tsedeq", e quando unidos suportavam o grande arco do Céu, cuja pedra-chave era a terceira grande palavra do anseio judeu, "shalom" . A visão de mundo qumraniana tornou-se especialmente clara para nós pela leitura de vastos trechos de informação dos manuscritos, da Bíblia e de outras literaturas contemporâneas, já que temos a vantagem de nosso conhecimento da Maçonaria e das origens de Hiram Abiff. Outros já haviam visto todos os detalhes de uma maneira confusa e fragmentada, mas quando o amplo panorama da antiga Comunidade de Qumran/ primitiva Igreja foi corretamente percebido, toda confusão e as aparentes contradições se desvaneceram. O pilar da direita é conhecido entre os Maçons como Jachin, que foi o primeiro Sumo Sacerdote do Templo, e portanto não é surpresa saber que este é o pilar sacerdotal que para os Qumranianos era a corporificação da santidade encarnada no conceito fundamental de "tsedeq". Esta palavra (por vezes escrita como Zedek ou Tzedek) significa o princípio que sustenta a ordem divinamente indicada usualmente traduzida como "retidão", apesar de já ter sido dito que a melhor definição seria" fazer o bem para os outros em todos os momentos". Em outras palavras, esse conceito é fundamentalmente o mesmo conceito de Ma'at do Antigo Egito. Ficou claro em nossas leituras que "tsedeq" era para os canaanitas um termo que eles associavam ao deussol. O deus-sol canaanita era visto como o grande juiz que vigiava o mundo, corrigia os erros e derramava luz sobre os obscuros atos dos crimes ocultos. Quando só judeus amalgamaram cenas canaanitas a seu conceito de Yahweh, "Tsedeq" se tornou um de Seus aspectos. Todas as virtudes de Yahweh, desde alimentar o povo ao fazer com que as colheitas crescessem, até destruir seus inimigos, eram parte de "tsedeq". A palavra manteve essa associação com a luz do sol e isso a ajudou a tornar-se o oposto das trevas e do caos. Apesar do culto ao sol ser bastante comum nas muitas teologias que brotaram da civilização suméria para que o destaquemos além da conta, existem similaridades interessantes entre a importante deidade Amon-Rá e Yahweh, naquilo que ambos tem em comum ao usar seu poder benéfico da luz do dia na luta contra as forças das trevas e do caos. O pilar da esquerda do Templo de Salomão era chamado de Booz que, como todo Maçom sabe, foi o bisavô de David, rei de Israel. Para os Qumranianos esse também era o pilar real que simbolizava a Casa de David e o conceito de "mishpat". Costuma-se traduzir essa palavra como "julgamento", mas ela significa bem mais do que isso: ela significa o comando real de Yahweh, e portanto, representa a ordem divina. A regra de governo e a distribuição da justiça sempre estiveram ligadas a esse pilar: foi em Mizpah (uma corruptela de mishpat) que Jacó erigiu seu primeiro pilar, e foi neste lugar que Saul foi aclamado como o primeiro rei de Israel. Quando esses dois pilares espirituais estiverem em seu lugar, o Mestre da Retidão (tsedeq) na mão direita de Deus e o terreno rei davídico (mishpat) na esquerda, o arco da ordem de Yahweh estará em seu lugar, com a pedra-chave denominada "shalom" mantendo tudo em seu lugar como centro. Esse termo judeu é talvez a mais famosa de todas as palavras hebraicas, conhecida em todo o mundo como uma saudação que significa "paz", que é o estado de não estar em guerra: mas é desnecessário dizer que tinha uma importância muito mais complexa para os judeus da Bíblia. Para os Qumranianos shalom significava muito mais que apenas a paz - nela estavam incluídas a boa sorte, a prosperidade, a vitória nas guerras, e um estado de bem estar geral. Mas "shalom" não era um presente grátis - devia ser conquistado pelo estabelecimento da Lei de Yahweh, o que significa estabelecer uma ordem moral de governo, apoiada tanto pelo pilar real quanto pelo sacerdotal. A essência e a missão da Comunidade de Qumran se tornavam compreensíveis a seus membros mais velhos através do simbolismo, que eles registraram por escrito segundo as instruções de Moisés e enterraram debaixo do Templo de Herodes, para mais tarde serem redescobertas pelos Cavaleiros do Templo. Os Maçons herdaram esses símbolos, mas perderam seu significado no caminho. Quando os Qumranianos souberam que "o final dos tempos" estava se aproximando, a necessidade de encontrar pessoas que fossem adequadas para ser esses pilares se tornou premente, porque Deus não poderia destruir a velha ordem até que a nova estrutura estivesse em seu lugar. Já que essas posições eram "designadas" em vez de imediatamente disponíveis, por causa da ocupação romana e do falso Sumo Sacerdócio de Jerusalém, os candidatos eram chamados de messias, essencialmente, prováveis líderes. Quanto mais descobríamos sobre o paradigma dos pilares Qumranianos, mais certos ficávamos de que suas cerimônias devem ter sido as ancestrais das cerimônias da Maçonaria de hoje. Ficamos particularmente interessados quando estudamos as ruínas de Qumran e percebemos que eles haviam erigido uma imitação da entrada do Templo com suas próprias cópias de Jachin e Booz . As bases dos dois pilares ainda existem do lado de fora da entrada do Oriente de um vestlôulo que leva ao que é freqüentemente chamado de "O Santo dos Santos" de Qumran. Não podemos crer que tenha sido mera coincidência que as únicas duas bases de pilares encontradas nas ruínas de todo o grande acampamento de Qumran estejam uma de cada lado da porta Oriental que leva a seu lugar substituto de devoção. Esses dois pilares devem ter sido o lugar da importantíssima cerimônia de iniciação dos membros mais velhos e a inspiração para os dois messias que chegariam logo após o "final dos tempos". As obras qumranianas que chamamos de Manuscritos do Mar Morto estão cheias de informações importantes para nossa investigação, e ficamos particularmente felizes quando encontramos uma referência ao "segredo dos pilares" no fragmento quatro de um rolo conhecido como Brontologion. O próprio nome Qumran é a palavra em árabe moderno para a locação do monastério essênio, uma palavra que não tem nenhum significado. No entanto, descobrimos mais tarde que isso não é verdade, porque fomos afortunados o bastante para dar de encontro com uma cópia de um livro escrito pelo falecido John Allegro que traz uma tradução completa do Manuscrito de Cobre. Allegro, um filólogo semita, pode enxergar um significado raiz na palavra Qumran. Ele descreve suas origens e afirma que ela teria sido Qimrôn, no tempo de Jesus e Tiago. O significado que ele detectou nada significava para ele, e ele só o mencionou em seu livro como uma interessante nota ao pé de pagina, mas para nós foi uma revelação explosiva!92 A raiz da palavra Qumran é dada como sendo "abóbada, arco, portal ou assemelhado". Os Qumranianos se identificavam com uma "passagem em arco" ou, para ser mais preciso, eram o povo dos dois pilares que sustentavam um arco! O portal era criado pelos pilares de "tsedeq" e "mishpat", encimados pelo santo arco de "shalom"! Aqui estava uma prova indiscutível de nossa tese, ligando a Comunidade de Jesus e Tiago com a Maçonaria moderna. As semelhanças iam mais longe do que podíamos esperar. Os Maçons dizem que o significado da palavra Jachin é "estabelecer". Era função do sacerdote ou messias "tsedeq" estabelecer a retidão na terra de Israel para que o Templo pudesse ser reconstruído. O pilar da esquerda, Booz, encarado pelos Maçons como significando "força", esse é o pilar real ou do messias "mishpat" que era responsável pela força do reino ha defesa dos estrangeiros, na aplicação da lei civil e pelos assuntos governamentais. E os Maçons dizem que quando os dois pilares se unem, o resultado é a "estabilidade". Não pode haver melhor tradução para o conceito de "shalom". A base de tudo é que os Maçons modernos usam os dois pilares do Templo do Rei Salomão exatamente da mesma maneira que a Comunidade de Qumran e Jesus Cristo fizeram. Fragmentos de um Testamento a Levi, que é provavelmente mais velho que a versão do Testamento de Levi contido na Bíblia, foi encontrado nas cavernas de Qumran. Esse documento traz referências ao Messias, o que parece indicar que os textos vieram de círculos que aguardavam a chegada de um Messias Levítico (sacerdotal) em vez de um Messias Davídico (real). As traduções do documento que vimos parecem indicar que seus autores esperavam um líder sacerdotal junto com o líder civil, mas com o civil subordinado ao sacerdócio. Muitos outros textos Qumranianos, como o Documento de Damasco, com suas referências aos "Messias de Aarão (sacerdotal) e de Israel (real)" confirmam essas idéias, mas o poderoso ainda que pouco conhecido Testamento a Levi torna esse ponto rigorosamente claro. Em Mateus 3:3, João, o Batista, é descrito como "uma voz que clama no deserto", exatamente como essas palavras eram usadas pela Comunidade de Qumran, e isso nos sugere que os autores dos Evangelhos tiveram que virar as Escrituras do avesso para que delas Jesus surgisse como o Messias. Também há referência ao fato de que mesmo tão tarde quanto ao tempo da criação do Evangelho de Lucas ainda existe memória de que as pessoas consideravam João, o Batista, como sendo o messias. Lucas diz em 3:15: Como o povo estivesse na expectativa e todos os homens cogitassem em seus corações se João seria o Cristo ou não... Este versículo provavelmente é desqualificado pela maioria dos cristãos que usa as escrituras mais para inspiração pessoal que para compreensão histórica, mas ele nos revela uma questão-chave: a escolha das palavras "todos os homens" em vez de "alguns homens" indica que todo mundo via João como o candidato principal a ser o Messias. Que João e Jesus eram messias em dupla já tem sido aceito por muitos membros da comunidade teológica tradicional nos últimos quarenta anos94. Como já discutimos antes, os Mandeanos do sul do Iraque são descendentes dos Nazoreanos, e eles declaram que João, o Batista, foi o fundador de sua seita que aconteceu exatamente naquele ponto no tempo em que os Qumranianos se tornaram um culto distinto em vez de apenas uma comunidade introvertida ao estilo dos essênios, como as que esses fundaram em Éfeso, Turquia ou na ilha Elefantina no Egito. Essa evidência amedrontará muitos cristãos por parecer tão estranha e ameaçadora à sua crença de que Jesus Cristo foi o único messias, mas isso é problema apenas para os que se aferram à corruptela sobrenatural e helenizada da palavra hebraica. Se a palavra for usada com seu significado original correto é bem natural ver João, o Batista, como o Messias sacerdotal e Jesus como o pilar "mishpat" - o Messias real. João viveu uma vida dura no deserto, limpando os espíritos das pessoas ao mergulhá-las nas águas correntes do rio Jordão. Essa era a técnica preferida dos Qumranianos que normalmente tinham que se contentar com a água parada de suas cisternas. Ele era a personificação da retidão qumraniana, comendo apenas alimentos permitidos tais como gafanhotos e mel selvagem, e usando um cinturão de couro e uma túnica de pelo de camelo. Na visão de João, a sociedade de Jerusalém estava totalmente corrompida, portanto, ele proferia terríveis sermões contra ela: e ainda urgia sua congregação a arrepender-se e aceitar o rito Essênio/ Qumraniano da purificação pelo batismo. Alguns observadores crêem que João era o Mestre da Retidão, mas apesar disso parecer verdadeiro não encontramos nenhuma evidência para apoiar esse ponto de vista. A história do batismo de Jesus descrita no Novo Testamento é uma narrativa deliberadamente aprimorada criada pelos posteriores autores dos Evangelhos para manter o grau de eventos mágicos que satisfizessem utna platéia de gentios, mas o material fonte reconstruído traz luz muito útil à relação entre esses dois homens tão importantes. Isso revela que a idéia de João ter batizado a Jesus foi uma invenção de Marcos, e que João só se tornou consciente da existência de Jesus quando seus discípulos lhe informaram sobre um novo e sábio mestre que havia chegado do norte declarando que até um centurião romano mostrava mais crença nos poderes de Deus que o judeu médio. Jesus deve ter sido uma figura central na Comunidade de Qumran e, sendo da linha de David, bem como um estudante talentos o, é possível que o assim chamado batismo por João tenha sido o primeiro grau de iniciação de Jesus na Comunidade de Qurnran. A descrição de Jesus vendo uma pomba que descia sobre ele é uma forma hebraica de expressar o recebimento da sabedoria. É ainda mais interessante olhar para o que aconteceu com Jesus após seu batismo. De acordo com o Novo Testamento ele foi para o deserto onde jejuou por quarenta dias e quarenta noites. Não se sabe se ele abandonou o deserto depois desse jejum, e a Bíblia do rei Jaime nos informa que ele lá permaneceu por três anos, de 27 a 31 d.e., sendo importante lembrar que a expressão "o deserto" é usada nos Manuscritos do Mar Morto como uma descrição da Comunidade de Qurnran. Foi a inabilidade em compreender o uso da expressão "deserto" como em sua época que leva os cristãos a imaginar Jesus sozinho em um deserto verdadeiro. Podemos agora ter clareza sobre esse significado: Jesus estava em Qurnran passando pelos três graus da iniciação até alcançar o mais alto nível da irmandade - cada um dos quais, como sabemos, levava precisamente um ano! Aí ele aprendeu a enfrentar as tentações de Satã e voltar as costas às ofertas dos líderes de outras nações. No último estágio, após três anos, ele foi ensinado a usar a técnica secreta e as palavras de ressurreição preservadas desde Moisés, que erguem um candidato de sua tumba figurativa para que possa viver uma vida em retidão e fidelidade no aguardo da chegada do Reino de Deus. É bastante provável que Jesus tenha vivido mais um ano depois disso sob as regras estritas da seita, mas após a morte de João em 33 d.C. ele decidiu que a maneira mais rápida e eficiente de preparar o povo de Israel para a chegada do Reino dos Céus seria mudar as regras, num caso típico de "o fim justifica os meios". De toda a informação disponível só nos foi possível deduzir que Jesus e seu irmão mais novo, Tiago, devem ter sido discípulos especiais e Qumranianos altamente qualificados. Como um capacitado mestre da linhagem de David, João, o Batista, perguntou a Jesus se ele seria "aquele que virá", ou seja, o messias real que ocuparia o pilar oposto ao seu. Jesus respondeu a isso com uma resposta do tipo "pesher", dizendo" os cegos recuperarão sua visão, os aleijados andarão, os leprosos serão purificados, os surdos ouvirão, os mortos se erguerão de suas tumbas, e os pobres receberão a boa nova." De nenhuma maneira ele declarou ter feito essas coisas: ele estava se referindo aos milagres de cura que Isaías havia predito que aconteceriam quando chegasse o tempo da restauração de Israel. Essa foi a confirmação de que Jesus concordava com João em que" o fim dos tempos" era iminente, e que ele era o homem que "prepararia o caminho". Toda doença mental e física era considerada como sendo o produto de uma vida de pecado, e a libertação dos pecados curaria a doença. Quando se chega à visão de João expressa por Jesus nos evangelhos reconstruídos, a mensagem é claríssima: Vós sabíeis que João era um profeta e não esperáveis trajes reais quando o vistes. Mas o que vós não sabíeis, e que agora vos digo, é que João foi mais que um profeta. Ele foi aquele de quem se disse 'vede, vos envio meu mensageiro, ele vos mostrará o caminho à vossa frente. Esse antigo texto incorretamente implica ser Jesus quem marca João como o messias sacerdotal, em vez de ser João quem descobre em Jesus o messias real. Essa passagem declara lucidamente que apesar de João ser pré-ordenado, as pessoas não deviam esperar ver sobre ele os "trajes reais", porque ele não seria rei. Muitas pessoas se confundem com passagens nas quais Jesus descreve João como "aquele que virá", pois João descreve Jesus exatamente com as mesmas palavras. Uma vez compreendendo que ambos eram os pilares do portal celestial, se torna claro que não existe nenhum conflito entre eles - eles precisam um do outro. O ministério messiânico de João, o Batista, durou apenas seis anos, já que ele foi decapitado no início de 32 d.e. Josephus recorda em suas Antigüidades que ele foi morto por Herodes Antipas, que temia que as atividades de João pudessem levar a uma revolta causada por sua natureza "messiânica". Deve ter sido um forte golpe para Jesus saber que seu pilar oposto havia sido assassinado. A Comunidade de Qumran e todos os seus seguidores devem ter ficado devastados pela perda de um pilar, tão próximo do "fim dos tempos" e da chegada do "Reino de Deus". Apesar da haver pouquíssimas pessoas pias o bastante para serem consideradas como substitutas de João, dois candidatos parecem ter rapidamente se destacado para preencher esse papel-chave. Um deles devia tornar-se o líder da Comunidade de Qurnran, conhecido como Tiago, o Justo, e o outro era seu irmão mais velho - o homem a quem chamamos Jesus! Assim que começamos a estudar o Novo Testamento e os Manuscritos do Mar Morto com nosso novo e sólido conhecimento da importância dos pilares gêmeos, toda uma nova quantidade de novos significados ficaram cada vez mais claros para nós. Nós questionamos como todas as outras pessoas sobre a terra pudessem não ter percebido o óbvio: mas antes disso, ninguém havia articulado os rituais da Maçonaria e do Egito Antigo com esse período. O veio da investigação que estávamos escavando era rico além de todas as nossas expectativas, e podíamos apenas esperar que nossa boa sorte se mantivesse enquanto começássemos a olhar mais de perto a vida do pilar real, o próprio Jesus Cristo. Conclusão Nossa revisão da Terra Santa ao tempo de Jesus nos havia levado à conclusão de que a Comunidade de Qumran era, apesar de seu pequeno tamanho, o grupo mais importante em nossa busca. Sabíamos serem eles os autores dos Manuscritos do Mar Morto e havíamos chegado à firme convicção de que a Comunidade de Qumran, os essênios, os Nazoreanos e a Igreja de Jerusalém eram apenas nomes diferentes de um mesmo grupo. Revendo o período dos Hasmoneus demos de encontro com o fato de que a Bíblia Católica Romana contradiz a Bíblia do rei Jaime na remoção do Primeiro e Segundo Livros dos Macabeus pelos autores da primeira. Os católicos mostram os Hasmoneus como heróis judeus - e os protestantes fazem claramente o contrário. Isso indica uma forte ligação entre os Qumranianos anti-Hasmoneanos e a cultura inglesa do século XVII, coisa que só poderia ter acontecido através de uma percurso Templário/maçônico. Havíamos encontrado muitas ligações entre os Qumranianos e a Maçonaria, desde seus rituais de grau até a proibição de moedas e outros metais durante a iniciação. Nos Manuscritos do Mar Morto aprendemos que aqueles se centravam na verdade, na retidão, na bondade, justiça, honestidade e humildade estavam interligados com o amor fraternal. Isso fez com que sua posição de descendentes espirituais dos reis egípcios e de ancestrais dos Templários e da Maçonaria ficasse cada vez mais clara para nós. Nos Manuscritos havíamos também aprendido que havia livros secretos que continham referências a certos rituais revelados por Deus e que eram normalmente transmitidos oralmente a pessoas selecionadas, mas que haviam sido escritos sob forma codificada. Esses segredos eram altamente restritos e se alega que foram preservados por meio de uma longa linhagem de tradição secreta. Adicionalmente a isso, encontramos um referência definitiva ao "segredo dos pilares". Nossas suspeitas iniciais de que os Cavaleiros Templários haviam escavado o Santo dos Santos e encontrado escritos secretos estava apoiada na Assunção de Moisés dos Qumranianos, em que se instruía a Comunidade a ocultar seus mais preciosos rolos exatamente nesse lugar. Sem dúvida o líder da Comunidade de Qumran era considerado como o descendente espiritual do construtor original do Templo de Salomão, o homem que os Maçons conhecem como Hiram Abiff. E também ficamos convencidos de que Tiago, o irmão de Cristo, era Tiago, o Justo, dos Manuscritos do Mar Morto, e líder da Igreja de Jerusalém. A essência do paradigma Qumraniano dos pilares tornou-se clara tendo "tsedeq" à esquerda e "mishpat" à direita, com Yahweh como pedra-chave de "shalom" mantendo tudo firme em seu centro. João, o Batista, e Jesus co-existiram como uma dupla de messias por algum tempo mas após o assassinato de João a situação política explodiu. Agora precisávamos tentar descobrir exatamente o que acontecera durante esse período, mais particularmente entre Jesus e Tiago.

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