Há mais de 500 anos o corpo do velho Jacó descansava na caverna de Macpela. Esse foi um período agitado para seus descendentes. Primeiro, houve os anos difíceis do cativeiro egípcio, os quais culminaram na graciosa libertação de Deus; em seguida, houve os quarenta anos de peregrinação no deserto, os quais terminaram com a grande conquista de Canaã; e, depois, houve um estranho ciclo de pecado, servidão e salvação, conhecido como o período dos juízes. Essa época obscura é o cenário da mais bela história de amor da Bíblia, a história de Boaz e Rute.
“Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá saiu a habitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois filhos” (Rute 1:1). Este homem, Elimeleque, morreu em Moabe, deixando a esposa, Noemi, e dois filhos, Malom e Quiliom. Os rapazes se casaram com mulheres moabitas e, então, no que parece ter sido ser uma trágica reviravolta do destino, os dois também morreram, deixando Noemi numa terra estranha só com suas noras, Rute e Orfa. Quando Noemi ouviu que Deus tinha providenciado novamente comida para o seu povo, decidiu voltar para casa, em Belém.
Orfa ficou em Moabe, atendendo à sugestão de Noemi, mas Rute não quis nem saber. Ela era uma dessas pessoas raras, cujo amor é profundo e desinteressado, e ela amava sua sogra. Lembram-se de suas famosas palavras? “Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rute 1:16). Seu Deus estava prestes a conduzi-la a um homem maravilhoso, com o qual ela se casaria.
A primeira coisa que nos chama a atenção nesses dois, aos quais a graça de Deus uniu, é o preparo espiritual. Embora a família de Elimeleque estivesse fora do centro da vontade de Deus e fora lugar da Sua bênção, eles fizeram uma coisa digna de nota. Através do seu testemunho, a jovem moabita chamada Rute abandonou o culto a Quemos, deus dos moabitas, com todas as práticas abomináveis associadas à sua adoração, e passou a crer no único e verdadeiro Deus. “O teu Deus é o meu Deus”, disse ela com ousadia. E ficou muito claro a todos que a conheceram que ela tinha ido a Belém para desfrutar de íntima comunhão com o Deus de Israel. Algum tempo depois, Boaz diria a seu respeito: “O SENHOR retribua o teu feito, e seja cumprida a tua recompensa do SENHOR, Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio” (Rute 2:12). A confiança de Rute em Deus e seu amor por Ele eram fonte de uma força e beleza interior que não podiam ser escondidas, e de um amor pelos outros que não podia ser contido.
Pense no que ela fez. Em vez de ficar chorando a perda do marido, ela se dedicou a atender as necessidades da sua sogra, a preencher o vazio da vida de Noemi, a ajudá-la da melhor forma possível. Isso significou deixar sua casa, sua família e seus amigos, mudar-se para outro país como uma estrangeira menosprezada e viver em pobreza e privação. E, para quê? Amor e preocupação com a sogra eram os únicos motivos aparentes. No decorrer da história, Boaz chama a atenção para isso: “tudo quanto fizeste a tua sogra, depois da morte de teu marido, e como deixaste a teu pai, e a tua mãe, e a terra onde nasceste e vieste para um povo que dantes não conhecias” (Rute 2:11).
Muitas mulheres que amam o marido parecem não conseguir amar a mãe dele. E parece que muitos homens têm o mesmo problema em relação à mãe de sua esposa, como fica claro pelas piadinhas de sogra há tanto tempo circulando por aí. De onde vinha o amor de Rute? Ele vinha do Senhor de todo amor. Se você também quer tê-lo, terá de cultivar um relacionamento íntimo e pessoal com Deus, assim como Rute cultivou. Quando passamos a conhecer a Deus e a entender o quanto Ele fez por nós, somos mais propensos a dar de nós mesmos para o bem de outras pessoas, até mesmo para os parentes do nosso cônjuge. E, quando fazemos isso, a tensão e a confusão se transformam em harmonia e felicidade.
Nunca é cedo demais para aprendermos lições sobre o amor. Podemos começar ensinando-as a nossos filhos quando ainda são pequenos. A base de treinamento para o amor é o lar. Um relacionamento amoroso com os pais, irmãos e irmãs vai prepará-los para amar o cônjuge e os sogros da maneira correta. Algumas pessoas que estão lendo este artigo talvez tenham vindo de lares sem amor e achem difícil deixar para trás sua influência. Para elas, não é fácil dar e receber amor. Elas podem afirmar a importância dos pais estabelecendo um exemplo de amor, e depois ensinando os filhos a serem prestativos e amáveis, e a serem bondosos e respeitosos para com as outras pessoas da casa. Os filhos não saberão como amar quando se casarem a menos que demonstrem amor àqueles com quem convivem agora. No entanto, tudo começa com a nossa relação de amor com o Senhor. Quando experimentamos o amor de Deus, nós o demonstramos em nossas relações familiares — aos nossos pais, irmãos, irmãs, maridos, esposas, filhos e sogros. Rute estava pronta para um belo caso de amor com Boaz porque ela amava o Senhor e esse amor transbordava para as outras pessoas da sua vida.
Agora, vamos conhecer o Príncipe Encantado de Rute. A história indica que Boaz era muito mais velho que ela (cf. Rute 3:10). Não sabemos se ele era solteirão ou viúvo, mas sabemos que era um homem de Deus. O Senhor era uma parte importante do seu dia a dia. Boaz pensava muitas vezes no Senhor, falava Dele abertamente e deixava-O tomar parte dos seus negócios.
Ouça-o cumprimentando seus segadores no campo: “O SENHOR seja convosco!”, disse ele, e eles lhe responderam: “O SENHOR te abençoe!” (Rute 2:4). Para Rute, ele disse: “Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha” (Rute 3:10); e depois: “eu te resgatarei, tão certo como vive o SENHOR” (Rute 3:13). Todas as pessoas presentes no seu casamento reconheceram a sua dependência do Senhor para a sua posteridade: “o SENHOR faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Lia, que ambas edificaram a casa de Israel” (Rute 4:11).
O primeiro pré-requisito para um casamento bem sucedido é que o homem seja um homem de Deus. Uma das razões para tantos casamentos estarem passando por dificuldades é que os maridos não se prepararam espiritualmente para suas obrigações. Alguns rapazes, na época de namoro, não conseguiam pensar em outra coisa a não ser sexo. E, se não era sexo, era carro ou esporte. Eles gastavam pouco ou nenhum tempo estudando a Palavra, memorizando-a, descobrindo como aplicá-la à sua vida, e aprendendo quais seriam suas responsabilidades como maridos e pais cristãos. O Senhor não fazia parte do seu dia a dia. E, quando eles foram para o altar, ainda eram bebês espirituais, mal preparados para assumir a liderança espiritual do seu lar. Não é nenhuma surpresa que seus casamentos estejam com problemas.
Homens, se vocês desperdiçaram os anos até agora, não há tempo a perder. Em primeiro lugar, cultivem uma caminhada pessoal com Jesus Cristo. Passem um tempo estudando regularmente as Escrituras e aprendendo nelas como Deus quer que levem sua vida e exerçam suas responsabilidades. Comecem consultando-O sobre todas as coisas. Se estão envolvidos em uma relação conjugal infeliz, o dano pode ser reparado, mas o lugar para começar é com envolvimento diário com a pessoa de Jesus Cristo. Até nosso coração estar acertado com Ele e estarmos crescendo na Sua semelhança, quaisquer outros esforços irão falhar.
Tanto Rute como Boaz já estavam prontos. Por isso, vamos passar da preparação espiritual para seu legítimo noivado. Noemi e Rute tinham acabado de chegar em Belém e o problema que enfrentavam era como fazer para arranjar comida. Deus tinha dado uma graciosa provisão na Lei de Moisés para pessoas na situação delas. Os agricultores não podiam colher as espigas dos cantos dos campos de cereal, nem as que haviam caído; elas deveriam ser deixadas para os pobres, para os estrangeiros, para as viúvas e para os órfãos (Lv. 19:9, 10; 23:22; Dt. 24:19). De qualquer forma que entendamos isso, tanto Noemi como Rute eram qualificadas. Elas eram viúvas e pobres, e Rute era estrangeira. Já que Noemi não tinha mais idade para trabalhar nos campos, Rute perguntou-lhe se poderia ir e encontrar o campo de algum homem bondoso que a deixasse apanhar espigas. Noemi lhe deu permissão. “Ela se foi, chegou ao campo e apanhava após os segadores; por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz, o qual era da família de Elimeleque” (Rute 2:3).
O trabalho não era fácil – ela tinha de se abaixar e se curvar o dia inteiro para juntar grãos dentro de uma longa capa esvoaçante, com o peso aumentando a cada espiga colhida e um sol semi-tropical batendo nas costas. Provavelmente, algumas beatas da cidade zombavam por causa do seu sotaque estrangeiro e parece que alguns homens estavam tentando por as mãos nela (cf. Rute 2:9). Cada impulso do corpo de Rute dizia a ela para fugir para as colinas púrpuras de Moabe, as quais ela podia divisar ao longe. Lá era o seu lar, lá era onde ela pertencia. No entanto, com uma coragem discreta, modesta e totalmente abnegada, ela continuou trabalhando.
Com grande expectativa, esperamos que Boaz reparasse nela. E ele reparou. “De quem é esta moça?”, perguntou ele ao servo encarregado dos segadores, “esta é a moça moabita que veio com Noemi da terra de Moabe”, respondeu o servo (Rute 2:5-6). E ele não perdeu tempo em fazer algumas coisas boas para Rute. Ele a convidou para ficar em seus campos e lhe disse para rebuscar o quanto quisesse, e também para beber livremente das vasilhas de água providenciadas por seus servos.
Em lugar algum é dito que Rute era uma mulher bonita como Sara, Rebeca ou Raquel. Não sabemos se ela era ou não, mas sabemos que ela possuía uma beleza interior, um espírito manso e tranquilo, uma humildade despretensiosa que a tornou a mulher mais adorável das Escrituras. Ela se prostrou diante de Boaz com sincera gratidão e disse: “Como é que me favoreces e fazes caso de mim, sendo eu estrangeira?” (Rute 2:10). Sua humildade ficou novamente evidente quando disse: “Tu me favoreces muito, senhor meu, pois me consolaste e falaste ao coração de tua serva, não sendo eu nem ainda como uma das tuas servas” (Rute 2:13). Não havia nenhum fingimento nisso. Era uma atitude verdadeira. E essa humildade sincera, esse espírito manso e tranquilo, é uma das qualidades mais valiosas que uma mulher pode ter. Pedro diz que isso é de grande valor aos olhos de Deus (1 Pe. 3:4). Esta seria uma bela qualidade para as mulheres cristãs pedirem para Deus ajudá-las a desenvolver.
À medida que o dia passava, Boaz parecia cada mais interessado nessa mulher adorável. Na hora do almoço ele a convidou para se juntar a ele e seus segadores e se certificou de que ela se serviu de tudo quanto quis. Quando ela terminou de comer e levantou-se para voltar ao trabalho, ele disse aos servos: “Até entre as gavelas deixai-a colher e não a censureis. Tirai também dos molhos algumas espigas, e deixai-as, para que as apanhe, e não a repreendais” (Rute 2:15-16).
Assim, Rute continuou rebuscando até a tarde. E, quando ela viu o quanto tinha rebuscado, era quase um efa de cevada (cerca de 25 kg). Parece que Boaz era um homem bondoso, comedido, atencioso e gentil. Atualmente, não há muitos desse tipo por aí, a julgar pelo que as mulheres dizem a seus conselheiros matrimoniais. Alguns homens têm a estranha noção de que bondade e gentileza são traços efeminados, os quais eles precisam evitar a qualquer custo. Não, mesmo! Estes são traços semelhantes aos de Cristo. E Cristo era um homem másculo. As pesquisas mostram que bondade e gentileza são as principais características procuradas pelas mulheres em um marido. Estes seriam bons traços para os homens cristãos pedirem para Deus ajudá-los a desenvolver.
Bem, já era hora de alguém fazer alguma coisa. E, por mais estranho que pareça, naquela cultura foi Rute quem fez. Vejam, Deus deu aos judeus outra lei interessante, a qual exigia que um homem se casasse com a viúva sem filhos de seu irmão falecido. O primeiro filho dessa união teria o nome desse irmão e herdaria seus bens (Deuteronômio 25:5-10; Levítico 25:23-28). Essa lei matrimonial se chamava lei do “levirato”, da palavra hebraica para “irmão”. Se nenhum irmão estivesse disponível, um parente mais distante poderia ser solicitado a cumprir esse dever. No entanto, a viúva tinha de fazê-lo saber que ele era aceitável como seu “goel”, como elas o chamavam, seu parente resgatador e provedor.
Noemi disse a Rute exatamente como fazer isso. Rute ouviu com muito cuidado e seguiu suas instruções à risca. Naquela noite, Boaz iria dormir na eira para proteger seus grãos dos ladrões. Depois que ele foi dormir, Rute entrou na ponta dos pés, descobriu os pés dele e deitou-se. Agindo assim, ela estava pedindo a Boaz para ser seu goel. Não é preciso dizer que ele ficou um tanto confuso quando se virou no meio da noite e notou uma mulher deitada a seus pés. “Quem és tu?”, perguntou ele. Ela respondeu: “Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és resgatador” (Rute 3:9). Estender a capa sobre ela significava que ele estava disposto a se tornar seu resgatador e provedor. A resposta dele foi imediata: “Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos” (Rute 3:10-11).
É importante entender que não houve nada de imoral nesse episódio. Esse tipo de conduta era costume naquela época e a narrativa ressalta sua pureza. Na escuridão isolada da eira, Boaz poderia ter satisfeito seus desejos humanos e ninguém, exceto Rute, teria sabido. Contudo, ele era um homem temente a Deus, de princípios morais, disciplinado e controlado pelo Espírito, e manteve suas mãos longe dela. A Escritura diz que Rute dormiu aos pés dele até o amanhecer (Rute 3:14). Além disso, ela tinha reputação de ser uma mulher virtuosa (Rute 3:11). Ela tinha impulsos físicos como qualquer outra mulher, mas aprendeu a suplicar a graça e a força de Deus para manter esses impulsos sob controle até o dia do casamento. Tanto Boaz como Rute sabiam que a grande bênção de um matrimônio consistia na pureza antes do casamento. Descuidos nessa área trariam culpa, perda de respeito próprio e desconfiança. E isso poderia deixar marcas na alma de ambos que tornaria mais difícil a adaptação de um ao outro no casamento.
Este é um ponto de vista em extinção. Satanás tem feito nossa sociedade acreditar que o sexo pré-conjugal é uma coisa natural. A maioria dos jovens já fez sexo antes de terminar o segundo grau, e são raros os casais que tentam pelo menos se refrear um pouco mais. Eles dizem: “Mas nós nos amamos”. Não, não se amam. Eles amam somente a si mesmos. Eles amam satisfazer seus próprios desejos sensuais. Se eles se amassem, não submeteriam um ao outro aos perigos da desobediência a Deus, pois o Senhor diz que é vingador de todos aqueles que ignoram Seus padrões (1 Tessalonicenses 4:6). Não é que Deus seja um juiz velho e rabugento que só quer nos afastar da diversão. Ele simplesmente sabe que a pureza pré-conjugal será o melhor para nós e para o nosso casamento. Nossa sociedade está pagando o preço pela promiscuidade com uma confusão conjugal sem precedentes e inumeráveis lares desfeitos, com todos os traumas emocionais que isso acarreta. O jeito de Deus é sempre o melhor!
Boaz e Rute fizeram do jeito de Deus. Por isso, não é surpresa vermos, finalmente, o êxito do seu casamento. Não há muita coisa dita sobre seu relacionamento depois de casados, mas, por aquilo que já aprendemos sobre eles, podemos presumir que foi uma união ricamente abençoada por Deus. A Escritura diz: “Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o SENHOR lhe concedeu que concebesse, e teve um filho” (Rute 4:13).
O aspecto mais incomum desta história é o papel que Noemi continuou a desempenhar na vida dos dois. Como ex-sogra, seria de se esperar que ela saísse de cena, mas Boaz e Rute eram amorosos e carinhosos demais para deixar isso acontecer. Quando o filho deles nasceu, as mulheres de Belém disseram a Noemi: “Seja o SENHOR bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu resgatador, e seja afamado em Israel o nome deste. Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos” (Rute 4:14-15). Então, Noemi pegou o bebê e foi cuidar dele, e suas vizinhas disseram: “A Noemi nasceu um filho” (Rute 4:17). Vejam só! Elas consideraram o menino como sendo filho de Noemi, e Boaz e Rute alegremente permitiram isso. Boaz continuou sustentando Noemi até ela morrer, e ele parece ter feito isso com muito carinho. E o amor de Rute por ela nunca diminuiu. As mulheres chamaram Rute de “a nora que te ama e é melhor do que sete filhos”.
Agora que Rute tinha seu marido, ela poderia ter despachado sua ex-sogra. Muitas mulheres teriam despachado. Mas, quando uma pessoa está cheia do amor de Deus, seu coração é grande o suficiente para abraçar mais do que só uma pessoa especial, ou algumas. Ele estende a mão com ternura e generosidade para atender as necessidades dos outros também. É impressionante observar como o amor de Deus na vida de Rute superou todos os obstáculos – a pobreza, o preconceito racial, a grande diferença de idade, as tentações físicas e até mesmo as diferenças entre nora e sogra. Há uma grande possibilidade de que o amor de Deus possa resolver também os nossos problemas. Quando passamos a compreender e apreciar o amor incondicional de Deus por nós, e permitimos que ele flua por meio de nós, pensamos cada vez menos em nós mesmos e cada vez mais nos outros. E a capacidade de resolução de problemas desse amor sacrificial e desprendido é fenomenal.
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