domingo, 27 de maio de 2018

A HISTÓRIA DE JESUS CRISTO NOSSO MESTRE MAIOR – do nascimento à ressurreição




Jesus foi uma pessoa real que viveu na Terra há dois mil anos. Ele foi concebido por ação do Espírito Santo (Mateus 1:18-25; Lucas 1:26-38); nasceu Belém (Lucas 2:1-7) e cresceu em Nazaré (Lucas 2:39-40), com Maria, Sua mãe, e o marido dela, José (Lucas 2:51). Quando Jesus tinha cerca de 30 anos de idade, Ele começou a ensinar as pessoas a respeito de Deus (Lucas 3:23). Ele disse que tinha vindo de Deus (João 3:16; 14:10) e fez milagres surpreendentes para provar isso: Ele curou doentes (Mateus 8:2-4, 14-15; 8:5-13; 9:2-8; Marcos 1:29-31, 40-45; 2:3-12; Lucas 4:38-39; 5:12-16, 18-26; 6:6-11; João 5:1-9; 4:46-54; 21:25; etc.), expulsou demônios (Mateus 17:14-18; Marcos 1:23-28; 9:14-29; Lucas 4:31-36; 9:38-42; etc.), alimentou milhares de pessoas com apenas cinco pães e dois peixes (Lucas 9:10-17), repreendeu uma tempestade e ela parou (Lucas 8:22-25) e fez com que muitas pessoas mortas voltassem à vida (Mateus 9:18, 23-26; 11:4-5; 27:52-53; Marcos 5:22-24, 35-43; Lucas 7:11-15; 8:40-56); e realizou muitos outros milagres (João 20:80-31).
Algumas pessoas O amavam, mas Jesus preocupou os líderes, que não gostavam do que Ele estava dizendo e, por isso, O prenderam e condenaram. Os soldados levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer Lugar da Caveira (Marcos 15:22). Alguém Lhe ofereceu vinho misturado com mirra para aliviar a dor, mas Ele recusou (Marcos 15:23). E o crucificaram às nove horas da manhã (Marcos 15:25). Os soldados dividiram as roupas dEle e tiraram sorte para saber com o que cada um iria ficar (Marcos 15:24). E assim estava escrito na acusação contra ele: “O REI DOS JUDEUS” (Marcos 15:26).
Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda (Marcos 15:27). E os que passavam lançavam-lhe insultos, balançando a cabeça e dizendo: “Ora, você que destrói o templo e o reedifica em três dias, desça da cruz e salve-se a si mesmo!” (Marcos 15:29-30). Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei também zombavam dEle e diziam uns aos outros: “Salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo” (Marcos 15:31); “Se Ele é o Messias, o Rei de Israel, que desça da cruz e, assim, veremos e acreditaremos” (Marcos 15:32). E os dois criminosos também O insultavam (Marcos 15:32).
E houve trevas sobre toda a terra, do meio dia às três horas da tarde (Marcos 15:33). Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que significa: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Marcos 15:34). Quando alguns dos que estavam presentes ouviram isso, disseram: “Ouçam! Ele está chamando Elias” (Marcos 15:35). Um deles correu, embebeu uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e deu-a a Jesus para beber. E disse: “Deixem-no. Vejamos se Elias vem tirá-lo daí” (Marcos 15:36). Mas Jesus, com um alto brado, expirou (Marcos 15:37). E, neste momento, a cortina no templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo (Marcos 15:38). Foi pelos nossos pecados que Jesus morreu, para nos oferecer a salvação eterna (1 João 2:2; 2 Coríntios 5:14-15; Hebreus 2:9).
Um centurião que estava em frente de Jesus ouviu o seu brado e viu como Ele morreu, e disse: “Realmente este homem era o Filho de Deus!” (Marcos 15:39).
Quando terminou o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram especiarias aromáticas para ungir o corpo de Jesus (Marcos 16:1). No primeiro dia da semana, bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao sepulcro, perguntando umas às outras: “Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro?” (Marcos 16:2-3). Mas, quando foram verificar, viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida (Marcos 16:4). Entrando no sepulcro, viram um jovem vestido de roupas brancas assentado à direita, e ficaram amedrontadas (Marcos 16:5). “Não tenham medo”, disse ele. “Vocês estão procurando Jesus, o Nazareno, que foi crucificado. Ele ressuscitou! Não está aqui. Vejam o lugar onde o haviam posto. Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: ‘Ele está indo adiante de vocês para a Galiléia. Lá vocês o verão, como ele lhes disse’” (Marcos 16:6-7).

DECLARAÇÃO DA FÉ



A

Santíssima Trindade

Cremos no Deus Único e Verdadeiro (Dt 6:4; 1Co 8:4; Gl 3:20; 1Tm 2:5), Criador de todas as coisas (Gn 1; Sl 146:6; Is 40:28; Jo 1:3; At 17:24; Cl 1:16; Ap 4:11), que subsiste eternamente em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo (AT: Gn 1:1, 26; 3:22; 11:7; Is 6:8; 48:16; 61:1; NT: Mt 3:16-17; 28:19; 2Co 13:14; 1Pe 1:1-2). Ele é eterno, único, imortal e invisível(1Tm 1:17); auto-existente (Ex 3:14; Jo 5:26), onisciente (Pv 15:11; Hb 4:13; 1Jo 3:20), onipresente (Sl 139:7-10; 115:3; Jr 23:23-24), atemporal e imutável (Sl 102:27; Ml 3:6; Hb 13:8; Tg 1:17), onipotente e soberano (Sl 115:3; Jr 32:17; Mt 19:26), santo (Lv 20:26; Js 24:19; Sl 7:9; 22:3; 6:3; 1Pe 1:15-16; Ap 4:8; 16:5), justo (Dt 32:4; Ed 9:15; Sl 25:8; 7:11; 116:5; Sf 3:5; Rm 9:14; 2Tm 4:8; Ap 16:5), bom (2Cr 5;13; Sl 25:8; 34:8; 54:6; 86:5; 103:8; 106:1; 118:1; 136:1; Lm 3:25; Na 1:7; Mt 19:17), misericordioso (Ex 34:6; Dt 4:31; Sl 86:15; 106:1; 116:5) e amoroso (Jo 3:16; Rm 5:8; 8:39; 1Jo 4:8, 16). Deus é “o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22:13; cf. Is 44:6); Ele “é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24).

Deus Pai

Deus Pai (a primeira pessoa da Trindade) criou o mundo (juntamente com o Filho e o Espírito Santo – Gn 1 e 2; Jo 1:1-3). Ele é Santo (Jo 17:11) e Justo (Jo 17:25). A Sua Palavra é a verdade (Jo 17:17). Ele enviou o Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, a este mundo para dar a salvação eterna a todo aquele que Nele crê (Jo 3:16). O Pai, pela Sua presciência, elegeu a Igreja para a salvação eterna em Jesus Cristo, pela obra santificadora do Espírito Santo, e a aspergiu com o Sangue de Jesus Cristo (1Pe 1:1-2; cf. Cl 1:13-14). Depois que Jesus morreu, ressuscitou e subiu aos Céus, Pai e Filho co-enviaram o Espírito Santo para habitar nos fiéis (Jo 14:16-17, 26; 15:26; 16:7).

Jesus Cristo

Cremos que Jesus é Deus (a segunda pessoa da Trindade) que Se manifestou em carne (Jo 1:1-2, 14; 8:24, 58; 10:30; 20:28; 1Jo 5:20; Rm 9:5; Fp 2:5-7; Cl 1:15; 2:9; 1Tm 3:16; Tt 2:13; Hb 1:3; 2Pe 1:1; Ap 1:17-18). Ele foi concebido por ação do Espírito Santo e nasceu da virgem Maria (Is 7:14; Mt 1:18-25; Lc 1:26-37; 2:1-7); viveu uma vida santa, completamente sem pecado (2Co 5:21; Hb 4:15; 7:26; 9:14; 1Pe 1:19; 2:22; 1Jo 3:5); e morreu na cruz pelos pecados de toda a humanidade (2Co 5:14-15; 1Tm 2:6; Hb 2:9; 1 João 2:2) como um sacrifício substitucionário (Is 53:5-6; Rm 4:25; 1Pe 2:24) e ressuscitou corporalmente ao terceiro dia (Mt 18:1-10; 1Co 15:3-10), tornando possível a salvação e vida eterna a todo aquele que Nele crê (Jo 3:16; Rm 3:21-26; 4:25). Acreditamos, ainda, que o Senhor Jesus Cristo ascendeu ao Céu em Seu corpo glorificado (At 1:9-10) e está agora assentado à direita de Deus Pai para interceder pelos cristãos (Rm 8:34; Hb 7:25).

Espírito Santo

Cremos na divindade do Espírito Santo (At 5:3-4; comparar Hb 3:7-11 com Hb 4:3-5). Ele é a terceira pessoa da Trindade, eterno (Hb 9:14), onisciente (1Co 2:10-11), onipresente (Sl 139:7-8), soberano (Is 40:13) e o Criador (Jó 33:4). Foi Ele quem inspirou os profetas de Deus (2Pe 1:21). Ele regenera os pecadores (Tt 3:5) e habita nos fiéis (Rm 8:15-16; 1Co 3:16). Ele é o agente pelo qual Cristo batiza todos os crentes em Seu corpo (1Co 12:12-14) e o selo através do qual o Pai garante a salvação dos fiéis até o dia da redenção (Ef 1:13-14). Ele ilumina os corações e mentes dos crentes, fazendo-os entender, lembrar  e praticar os ensinamentos de Jesus (Jo 14:26; At 1:8; 1Co 2:9-12). E é o Espírito Santo quem distribui, de acordo com a Sua vontade, dons aos crentes (1Co 12:4-11).

Bíblia

Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus dada aos homens (Rm 3:2), “viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12). Ela foi escrita por homens inspirados pelo Espírito Santo (Mt 22:43; 1Ts 2:13; 1Tm 3:16; 1Pe 1:1-11; 2Pe 1:20-21), para nos ensinar a santidade (Sl 119:9, 11; 1Pe 1:14-16). “A palavra do Senhor é verdadeira” (Sl 33:4). As Escrituras testificam de Cristo, nos guiando à Vida Eterna (Jo 5:39-40; 3:36; 1Jo 5:11-13). Jesus afirmou que a Palavra de Deus é a Verdade (Jo 17:17). Portanto, pelo menos em seus escritos originais, ela está isenta de erros e contradições. A “palavra do Senhor é comprovadamente genuína” (Sl 18:30). Ou seja, “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3:16-17).

Pecado da humanidade

A Bíblia diz que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23; ver também Rm 5:12-21; 1Jo 1:8-10). A conclusão é que “todos estão debaixo do pecado” (Rm 3:9) e, portanto, debaixo da ira de Deus (Sf 2:1-3; Rm 1:18; 2:5; Ef 2:3), afinal todo pecado é contra Deus (Sl 51:6). Como Deus é eterno e justo (Dt 32:4; 1Tm 6:16), todos merecem castigo eterno (porque pecaram contra o Deus eterno). Ou seja, Deus seria perfeitamente justo se condenasse toda a humanidade ao “fogo eterno”, “lago de fogo e enxofre” (Mt 3:12; 25:41; Ap 14:10-11; 20:10), a segunda morte (Ap 20:14-15).

Evangelho

“Evangelho” significa “Boas Novas” (ou “Boa Notícia”). A boa notícia é esta: “Mas o anjo lhes disse: ‘Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2:10-11). Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm 1:15), chamando-os ao arrependimento (Lc 5:32). Na cruz, Ele pagou o preço pelos pecados de todas as pessoas (Jo 1:29; 2Co 5:14-15; Fp 2:5-11; 1Tm 2:6; Hb 2:9; 1Jo 2:2). Portanto, somente Nele há salvação (At 4:12). Assim, cremos que o Evangelho é “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1:16; cf. Jl 2:32; At 2:21; Rm 10:13).

Salvação

Conforme ensina a Bíblia, cremos que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2:4). Deus não tem prazer na morte de ninguém; Ele prefere que todos se convertam e vivam (Is 55:7; Ez 18:23, 32; 33:11). O Senhor “não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3:9). Foi por isso que “a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2:11; cf. Rm 5:18).
Uma vez que o Senhor Jesus fez expiação pelos pecados de todo o mundo (2Co 5:14-15; 1Tm 2:6; Hb 2:9; 1Jo 2:2), todo aquele que Nele crê não é condenado, mas tem a Vida eterna (Jo 3:16-18, 36; 6:47; 1Jo 5:12-13), pois é justificado pela fé (Rm 3:21-26; 5:1-2).
Todas as pessoas, quando ouvem o evangelho, têm capacidade de responder ao chamado de Deus ou rejeitá-lo (Lc 13:34; Jo 3:36; 5:40; At 7:51; 13:46). Assim, a única razão pela qual não há salvação universal é por que algumas pessoas livremente rejeitam o Filho de Deus: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (Jo 3:36); “[…] Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados” (Jo 8:24).

Igreja

Cremos que a Igreja é o Corpo místico de Cristo (Rm 12:5; 1Co 12:27; Ef 1:22-23; 1 Pedro 2:4-5), Sua noiva (Ef 5:25-27; Ap 21:1-8), formada por judeus e gentios convertidos a Jesus (At 10:34-35; Ef 1-3; etc.). O Novo Testamento não exclui os judeus, mas inclui os gentios: “… mediante o evangelho, os gentios são co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes da promessa em Cristo Jesus” (Ef 3:6; confira também Mq 5:2-3 e Jo 10:16). “Não há judeu nem grego… pois todos são um em Cristo Jesus” (Gl 3:28). E a Igreja é o único povo eleito de Deus na Nova Aliança (Cl 3:12; 1Pe 2:9-10). Cada cristão é um membro desse corpo místico, e todos os cristãos devem crescer juntos na fé e no conhecimento de Cristo (Gl 5:22-23; Ef 4:3-6; Fp 1:27-28). Leia mais aqui: O que é a Igreja?

Segunda Vinda de Jesus Cristo

Cremos que Jesus vai voltar à terra em breve para julgar os vivos e os mortos. Na Sua Segunda Vinda, todos os mortos ressuscitarão (Dn 12:2; Jo 5:28-29; 1Co 15:52), a Igreja será arrebatada a fim de estar para sempre com o Senhor (1Ts 4:14-17) e todos, justos e injustos, serão julgados segundo as suas obras; os justos irão para a vida eterna e os injustos, para o castigo eterno (Mt 25:31-46; Jo 15:1-6; Rm 2:6-11; Ap:15-18; 14:14-20; 20:11-15). Portanto, “aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2:13).

Por que Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho Isaque?

PROBLEMA: Tanto em Levítico 18:21 como em 20:2, Deus especificamente condenou o sacrifício humano, ao ordenar a Israel: “E da tua descendência não darás nenhum para dedicar-se a Moloque” (Lv 18:21); e “Qualquer dos filhos de Israel… que der de seus filhos a Moloque, será morto; o povo da terra o apedrejará” (Lv 20:2). Contudo, em Gênesis 22:2, Deus ordenou a Abraão: “Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei”. Isso parece estar em total contradição com o seu mandamento para não oferecer sacrifícios humanos.
GÊNESIS 22:2 – Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar.
Por que Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o sacrifício humano em Levítico 18 e 20?

SOLUÇÃO:
 Primeiro, Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (22:12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22:12).
Segundo, as proibições tanto em Levítico 18:21 como em 20:2 eram especificamente contra o oferecimento de um filho ao deus pagão chamado Moloque. Portanto não é uma contradição Deus ter proibido oferendas de vidas a Moloque e ter solicitado a Abraão que oferecesse o seu filho a si, ao único e verdadeiro Deus. É claro, oferecer um filho em sacrifício ao Senhor não é o mesmo que oferecê-lo a Moloque, já que o Senhor não é Moloque. Apenas Deus é soberano sobre toda vida (Dt 32:39; Jó 1:21), e portanto somente ele tem o direito de pedir a vida de alguém. Com efeito, é Deus que determina o dia da morte de cada um (SI 90:10; Hb 9:27).
Terceiro, Abraão confiou no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11:17-19). Isto está implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos: “eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” (Gn 22:5).
Finalizando, não é moralmente errado para Deus pedir que sacrifiquemos um filho a ele. Deus mesmo ofereceu o seu Filho no Calvário (Jo 3:16). De fato, até mesmo o governo de um país muitas vezes pede ao povo que sacrifique seus filhos pelo país. Certamente Deus tem um direito bem maior para requerer isso.,,


A primeira dúvida que surge quando consideramos o relato de Gênesis 22 é: “Se Deus é presciente, por que Ele pediu que Abraão sacrificasse seu filho Isaque para testar a sua fé?”
A Escritura diz: “Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor.” (Salmo 139:4). Esse texto, assim como muitos outros, explicitamente afirma a presciência de Deus. Mas o fato de Deus já conhecer as nossas palavras, não implica que não seja necessário que nós as falemos, não é mesmo? Do mesmo modo, Deus, em Sua presciência, sabia que Abraão era um homem de muita fé e que verdadeiramente estaria disposto a sacrificar seu filho Isaque. Gênesis 22, portando, não nos dá o direito de duvidar da presciência de Deus. Apenas precisamos compreender o motivo pelo qual Deus fez esse pedido extraordinário.
De fato, Deus queria provar a fé de Abraão. E nesse “teste”, Abraão se mostrou digno de confiança. Sua fé foi tanta, que lhe foi creditada como justiça (Romanos 4:3; Tiago 2:23). Não podemos nos esquecer também que este grande homem é lembrando na lista dos heróis da fé, em Hebreus 11.
Em Gênesis 17, lemos sobre a promessa que Deus fez com Abraão, que este teria uma descendência numerosíssima:
“‘Estabelecerei a minha aliança entre mim e você e multiplicarei muitíssimo a sua descendência’. Abrão prostrou-se, rosto em terra, e Deus lhe disse: ‘De minha parte, esta é a minha aliança com você. Você será o pai de muitas nações. Não será mais chamado Abrão; seu nome será Abraão, porque eu o constituí pai de muitas nações. Eu o tornarei extremamente prolífero; de você farei nações e de você procederão reis. Estabelecerei a minha aliança como aliança eterna entre mim e você e os seus futuros descendentes, para ser o seu Deus e o Deus dos seus descendentes. Toda a terra de Canaã, onde agora você é estrangeiro, darei como propriedade perpétua a você e a seus descendentes; e serei o Deus deles. ‘De sua parte’, disse Deus a Abraão, ‘guarde a minha aliança, tanto você como os seus futuros descendentes’” (Gênesis 17:2-9).
Deus disse que a descendência de Abraão sairia de seu filho Isaque: “Então Deus respondeu: ‘Na verdade Sara, sua mulher, lhe dará um filho, e você lhe chamará Isaque. Com ele estabelecerei a minha aliança, que será aliança eterna para os seus futuros descendentes.’” (Gênesis 17:19); “Mas a minha aliança, eu a estabelecerei com Isaque, filho que Sara lhe dará no ano que vem, por esta época” (Gênesis 17:21).
Então Abraão e Sara, ambos já em idade bastante avançada, tiveram um filho (Isaque). Porém, “Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: ‘Abraão!’ Ele respondeu: ‘Eis-me aqui’. Então disse Deus: ‘Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei’” (Gênesis 22:1-2).
Abraão foi obediente ao pedido de Deus e, sem questionar, fez o que Deus lhe havia pedido: “Na manhã seguinte, Abraão levantou-se e preparou o seu jumento. Levou consigo dois de seus servos e Isaque seu filho. Depois de cortar lenha para o holocausto, partiu em direção ao lugar que Deus lhe havia indicado. No terceiro dia de viagem, Abraão olhou e viu o lugar ao longe” (Gênesis 22:3-4).
Abraão confiou no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos. Isto está implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos: “Eu e o rapaz [Isaque] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós.” (Gênesis 22:5). O que Abraão pensou foi: “Se Deus prometeu me dar uma descendência através de meu filho Isaque, então se eu o matar é claro que o Senhor o irá ressuscitar, pois precisa cumprir Sua promessa, afinal, Ele sempre cumpre Suas promessas. Meu Deus é fiel! E é poderoso também, Ele é capaz de ressuscitar os mortos!”. Foi porque confiou na fidelidade de Deus ao fazer a promessa e no Seu imenso poder, que Abraão verdadeiramente estava disposto a matar seu filho Isaque. E o autor de Hebreus nos confirma esta conclusão, dizendo que “Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe tivesse dito: ‘Por meio de Isaque a sua descendência será considerada’. Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos” (Hebreus 11:17-19).
Depois, quando Isaque perguntou a Abraão aonde estava o cordeiro para o sacrifício, Abraão respondeu: “Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gênesis 22:8). Isso demonstra que Abraão estava realmente crendo que Deus providenciaria um cordeiro para morrer no lugar de seu filho. E, de fato, Deus providenciou:
“Quando chegaram ao lugar que Deus lhe havia indicado, Abraão construiu um altar e sobre ele arrumou a lenha. Amarrou seu filho Isaque e o colocou sobre o altar, em cima da lenha. Então estendeu a mão e pegou a faca para sacrificar seu filho. Mas o Anjo do Senhor o chamou do céu: ‘Abraão! Abraão!’ ‘Eis-me aqui’, respondeu ele. ‘Não toque no rapaz’, disse o Anjo. ‘Não lhe faça nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho.’ Abraão ergueu os olhos e viu um carneiro preso pelos chifres num arbusto. Foi lá, pegou-o e sacrificou-o como holocausto em lugar de seu filho.” (Gênesis 22:9-13)
Então, pela fé, Abraão alcançou a promessa:
“Pela segunda vez o Anjo do Senhor chamou do céu a Abraão e disse: ‘Juro por mim mesmo’, declara o Senhor, ‘que por ter feito o que fez, não me negando seu filho, o seu único filho, esteja certo de que o abençoarei e farei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar. Sua descendência conquistará as cidades dos que lhe forem inimigos e, por meio dela, todos povos da terra serão abençoados, porque você me obedeceu’” (Gênesis 22:15-18; cf. Hebreus 6:13-15).

A história do Velho Testamento sobre Abraão é a base do ensino do Novo Testamento sobre a Expiação, a oferta do sacrifício do Senhor Jesus na cruz pelo pecado da humanidade. Jesus disse, muitos séculos depois: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se” (João 8:56). A seguir veja alguns paralelos entre as duas narrativas bíblicas: 
“Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque” (Gênesis 22:2); “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito…” (João 3:16).
“… vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali…”(v.2); acredita-se que foi nessa área onde a cidade de Jerusalém foi construída muitos anos depois e onde Jesus foi crucificado fora da porta de sua cidade (Hebreus 13:12).
“oferece-o ali em holocausto” (v.2); “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15:3). 
“E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho” (v.6); Jesus: “E, levando ele às costas a sua cruz…” (João 19:17). 
“… mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (v.7); João disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). 
Isaque, o filho, agiu em obediência ao seu pai em se tornar o sacrifício (v.9); Jesus orou: “Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mateus 26:37).

Ressurreição – Isaque como símbolo e Jesus em realidade: “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; daí também em figura ele o recobrou” (Hebreus 11:17-19); Jesus: “E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15:4).